Na
visão de Durkheim sobre os fatos sociais, os seres humanos são incapazes de
criar matérias completamente novas e independentes. Tudo o que é exteriorizado,
criado ou pensado, deriva de fatores não intrínsecos à natureza humana, fatores
influenciados pelos acontecimentos anteriores. Até o que parece ser interno
provém da educação, ela cria o ser social, ou seja, seus ensinamentos são
interiorizados de forma a até confundir-se como algo inerente, porém
influenciam a visão do mundo e a formação de percepções. No entanto, não houve
experimentação em nenhuma sociedade de como seria a conduta humana caso não
passasse por esse processo, sem que tivessem recebido o ensino da convivência,
portanto, é difícil estabelecer e julgar se essa pré-disposição, originária do
ensino à convivência, é inteiramente ruim. Sem a conduta da moral, do direito,
da família e de todas as instituições que causam impactos no convívio humano,
de princípios e de valores, não haveriam limites para as paixões. E essas são
perigosas, pois são voláteis e carecem de racionalidade.
Outro
importante ponto de Durkheim é sobre a tarefa da sociologia. Essa seria
definida pela caracterização da função do fato social. Porém, como é bem
definido, não consiste na busca da origem ou do porquê de sua formação, e sim
das “causas eficientes”. Dessa forma, é explicado a função de instituições e
práticas no espaço da sociedade. A utilidade, proveniente da função desses
fatos sociais podem ser explicados como os motivos para a manutenção de uma
harmonia social, que, como previamente citado, talvez só possa ser alcançada
graças a coerção social existente, ao conjunto de fatores que são exteriores aos
indivíduos.
Assim,
é possível estabelecer e definir a grande necessidade do estudo das relações
sociológicas de uma sociedade. Sem ele, com apenas a psicologia e o organicismo
individual de cada cidadão é incompleta a análise das completas e complexas
organizações, além de que, é imprescindível a compreensão no coletivo não só
para o entendimento das causas e das origens, mas, principalmente, para
direcionar-nos para as possíveis soluções.
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