Na era digital, onde há
informação em todos os lugares, vemos que dá para saber quase tudo de todos;
seja por redes sociais ou por tecnologia de observação. Além disso, nos últimos
anos houve uma crescente exacerbação de julgamentos, o que acaba moldando a
vida social das pessoas.
Um dos maiores lugares
utilizados para julgar a vida em sociedade, na atualidade, é o facebook. Esta
rede social, seja pela impessoalidade ou pelo certo anonimato, é manuseada para
fazer críticas sociais, que quase sempre não são embasadas. De fato é uma
vigilância sobre a conduta dos cidadãos; e, assim como na Antiguidade havia uma
ação coercitiva (apedrejamento), hoje também há, só que em forma de comentário
ou “post”.
No final do século XVIII,
Jeremy Bentham criou o Panóptico, inicialmente pensado para uma penitenciária
circular com celas gradeadas (para ter total visão) e uma vigilância ao centro
(o vigilante não era visto dentro dessa torre, mas ele via todos os
prisioneiros). Dessa forma, decorrido certo tempo não precisaria mais de um
vigilante dentro da torre, pois todos os prisioneiros pensariam ser vigiados; é
o que ocorre hoje com as câmeras de segurança de monitoramento da polícia em
cidades como São Paulo, por exemplo.
Em suma, há uma espécie de
controle social, tanto pelo Estado como pela própria sociedade. O primeiro
tenta se legitimar por se tratar de segurança, dizendo ser mais importante por
se utilizar da racionalidade, tratando o fato social como “coisa”; já o segundo
tenta se legitimar pela cultura, utilizando-se da emoção. Porém, ambos acham
que a sociedade está bruta; o Estado e a Sociedade querem moldar a própria
sociedade a seu modo, lapidando-a sem se importar com as lascas que caem.
Gustavo Maciel Gomes – Direito – 1ºano – Noturno
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