Podemos considerar a sociedade universitária como uma sociedade que, de
certa forma, coexiste de uma maneira primitiva e arcaica dentro da
sociedade capitalista (moderna e complexa). Esse ponderamento pode se
suceder se considerarmos que a sociedade arcaica é uma sociedade na
qual os indivíduos que dela fazem parte, em sua grande maioria,
compartilham das mesmas visões e valores e até mesmo de uma classe
social semelhante ou igual, existindo nesta, uma forte consciência coletiva, que faz com que os seus indivíduos se sintam parte de um
todo.
Segundo Émile Durkheim, um fato social é sempre coercitivo e nunca é
inerente ao indivíduo, sendo considerado como uma pressão imposta,
seja ela espontânea-moral ou legal, tendo sempre uma efeito final ao
homem. Tendo essa ideia durkheimiana em vista é possível
considerarmos a rotina no âmbito universitário como um fato social.
Esta
rotina que, por diversas vezes, é autoritária e exaustiva, gera
àqueles que nela estão inseridos uma sensação agoniante de
ansiedade incessante e para refrigério desta sensação, e também para fazer parte do "todo" presente nas sociedades arcaicas, muitos
universitários recorrem às festas e às drogas como válvulas de
escape de toda a pressão decorrida do meio acadêmico, formando por consequência uma corrente social. Esta corrente formada é exterior a nós, e por muitas vezes não
vem de uma ideia pessoal, ela nos "arrasta" em um momento de euforia
e/ou insatisfação e posteriormente pode nos trazer uma
sensação de estranhamento pessoal, na qual não nos reconhecemos em nossas próprias ações.
Mariana Shieh Basotti - Direito Matutino
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