Another brick in the wall?
A sociedade
tal como a conhecemos é moldada em costumes e hábitos, que ao se repetirem por
diversas gerações, tornaram-se tradições que fincaram em seus fundamentos,
passando a dispor de um certo caráter de sacralidade. Dessa forma, cria-se uma familiarização
com essas tradições, de modo que passam, comumente, a serem vistas como
mantedoras do equilíbrio social, sobretudo, da ordem das coisas tais como são, surgindo,
assim, um medo típico do ser humano: da transformação, do novo, daquilo que não
estamos já acostumados e como possíveis mudanças podem afetar a realidade
social, sobretudo, o conforto e acomodação dos indivíduos. No entanto, como
serão passados tais padrões aos indivíduos de modo que este continue a
perpetua-los?
Quando nascemos, chegamos a um mundo já pré-estabelecido e
pré-determinado, em que muitas das escolhas iniciais são feitas por nós,
cabendo somente aceita-las: Nome, vestimenta, etc. É assim que se atesta,
portanto, a importância e o real papel das diversas instituições na formação da
nossa personalidade, conforme já apontado pelo sociólogo Emile Durkheim no
século XIX. Família, igreja, escola, e sobretudo na contemporaneidade, a mídia.
O que essas instituições fazem, quando olhada de forma concreta, é instigar e
impor, mesmo que de forma inconsciente, a obediência dos indivíduos e reforçar
os modelos tradicionais. Obediência ao
sistema, as coisas tal como são, a se portar de dada maneira, a pensar de
acordo com o que, dentro da sociedade seja o “certo”. O que é realizado,
portanto, é uma verdadeira lavagem cerebral. São máquinas que visam construir
os indivíduos de acordo com a configuração padrão pré-existente. (We don’t need no education! We don’t
need no thought control!) ¹
Em uma maneira de se interpretar o pensamento de Durkheim essa
padronização seria justificável uma vez que se estabelece em prol da sociedade,
tendo em vista a manutenção de seu equilíbrio. No entanto, o que fazer a
respeito daqueles que são diretamente prejudicados por isso, seja por não se
encaixarem nesse “modelo ideal”, seja por não aceitarem passivamente essa
imposição? Afinal, o que acontece com a
individualidade?
¹ Another brick in the wall - Pink Floyd
Roberta Ramirez - 1º ano - Direito/Noturno
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