O encontro do homem negro com o capitalismo ocidental no período colonial acabou por gerar duas classes de humanos diferentes: os brancos, que por "genética" ou "vontade divina" eram superiores; e os negros, que por serem inferiores nessa visão de mundo, foram desumanizados a ponto de se transformarem em objetos. As influências dessa visão perduram até hoje, mesmo se passando mais de um século da emancipação da escravidão no Brasil e a suposta elevação desse grupo de pessoas para a classe de humano.
A criação de sistemas de segregação raciais tanto legais como ilegais além de outros mecanismos racistas dos séculos XVIII e XIX demonstram no entanto que não se havia intenção de reparação ou simplesmente tratamento igual entre raças. Séculos da forma mais vil de racismo (que é a escravidão) ajudaram a concretizar a visão do homem negro como sub-humano, inclusive nas mentes dessa própria raça.
Por isso que após tanto de assimilação e supressão da cultura negra, se faz imprescindível a visão de Mbembe da luta da raça negra como forma de cultura e existir. Para ele é importante o retorno do homem negro para suas raízes culturais como forma de emancipação da visão capitalista que retirou sua individualidade. Essa retomada cultural em comunidade permitiria então a criação de um grupo que, agora não mais suprimidos por sua desumanização, se traduziriam em maior voz política e maiores direitos conquistados.
Marco Vinícios Sanches
Turma Direito XXXVIII Matutino
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