Em janeiro de 2012, aconteceu o processo de desocupação de
uma parte de terra em São José dos Campos, conhecida como Pinheirinho. A
empresa proprietária do terreno estava em falência e necessitava recuperar a
terra para vendê-la e quitar suas dívidas. O problema estava no fato de que ela
estava ocupada por militantes do movimento sem-terra, o que deu início a uma
série de conflitos morais e judiciais entre os que defendiam a moradia e os que
defendiam a propriedade.
Para Weber, a reintegração de posse seria legítima até
certo ponto, uma vez que o exercício de poder representa a incidência de
estímulos externos sobre o modo de conduzir a vida, ou seja, a ação social. Isto
é, para que a sociedade continue se movimentando, é preciso que haja alguma
forma de dominação pelas camadas mais altas da sociedade. Dentro da mesma
lógica, Weber poderia explicar também o modo coercitivo de como a ação se deu,
predominando a violência e a repressão ao retirar as famílias que lá se
abrigavam, de modo que assim a ação social continuasse existindo.
Weber defende a liberdade, que para ele poderia ser
entendida como a liberdade de contrato. Por isso, fundamenta a ideia de
propriedade privada e defende a livre disposição sobre essa. Para ele, seria aceitável
que a empresa fosse privilegiada nos processos judiciais. Além disso, em nenhum
momento o direito de propriedade privada por parte da empresa contradisse a
razão, por isso, para Weber, o acordo de reintegração de posse concedido por
parte do judiciário é legítimo.
Angélica Miguel Cardoso - turma XXXV - Noturno
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