Soldados da polícia militar desalojaram muitas famílias que ocupavam uma área, intitulada favela do Pinheirinho, a mando de uma ordem judicial. Depois da desocupação houve diversas denúncias com relação ao abuso de poder e violação aos direitos humanos – principalmente o desrespeito ao direito à moradia.
Ao analisarmos os motivos que ocasionaram tal desfecho sob a visão do sociólogo alemão Max Webber, pode-se destacar a ação social – onde o ser humano e suas convicções são sempre influenciados por externos e a ação dos mesmos é dotada de um sentido e praticada em coletivo. Na situação abordada, a ocupação do terreno pode se caracterizar como um movimento coletivo onde os indivíduos possuem um sentido similar, que gerou um conflito entre o direito a propriedade e o a moradia, em uma perspectiva Weberiana a execução do direito vai da racionalidade material (valores pessoais) para a formal (formas metódicas e calculistas dos atos e seus desdobramentos), isso ocasiona uma equanimidade.Ao expulsarem as famílias do local da maneira que ocorreu -uso de armas, violência, estupro - mostra-se a violação do direito a dignidade e a vitória dos desejos pessoais (racionalidade material).
Na cultura capitalista da nossa sociedade o direito a propriedade se sobressai em relação ao da moradia, na reintegração de posse do Pinheirinho a demanda econômica foi colocada acima da necessidade social, evidenciando a gigantesca disparidade social, a influência de interesses dentro do poder judiciário e uso do direito como instrumento de dominação da classe com mais poder aquisitivo para com o resto da população.
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