Na
Suécia, prisões são fechadas por falta de detentos. No Brasil, centros sociais
são impenetráveis às autoridades. Herança social?
Na teoria
de Durkheim, fatos sociais como os acima citados devem ser analisados como
objetos, portanto, imparcialmente, sem agregação de quaisquer valores. Deste modo,
a oposição entre o que ocorre no país nórdico e a situação nacional deve ser
estudada a partir da observação empírica dos fatos.
Aplicando-se
este princípio, tem-se que a razão de comportamentos sociais extremamente
opostos está na diferente formação dos dois povos, na diferente cultura e
educação a eles fornecida.
O papel
da educação, para Durkheim, é forjar o ser social, lhe incutindo regras que ao
longo da existência serão interiorizadas. Deste modo, a cultura aplicada aos suecos,
diferente da cultura brasileira, seria mais “eficiente”, mais “civilizada”, já
que a incidência da criminalidade é tão baixa, ao ponto de os centros de
detenção estarem vazios.
Obviamente
a visão de Durkheim é passível de inúmeras críticas, pois ela implica que cada
ser está predestinado a seguir determinado caminho, dependendo da cultura em
que é criado. Assim, o brasileiro estaria mais incline à criminalidade, pois é
esta a sua herança cultural e social, enquanto o sueco teria herdado uma
cultura melhor, pois esta tendência é praticamente inexistente.
Certamente
a criminalidade tem razões sociais, já que na grande parte das vezes, aquele
que comete um crime tem um histórico de precedentes parecidos, ou uma situação
familiar que o levou a tal ato. No entanto, dizer que a cultura de um
determinado povo o impulsiona a ser mais ou menos criminal, é um pensamento
segregacionista, por considerar uma cultura superior à outra.
Teria um
povo o direito de julgar o outro? Ou o direito de julgar a cultura alheia como
inferior?
A
resposta está na própria história da humanidade.
Maria Luiza Rocha Silva - 1° Ano Direito - Diurno
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