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domingo, 4 de maio de 2014

Máscara ideologica

          Um tumulto, um “quebra-quebra”, um protesto, um confronto com as forças policiais. Apesar de serem características presentes em quaisquer movimentos sociais, expressam muito pouco a essência inata do ato social. Esses denotam a insatisfação da população com o governo e com a estrutura social, política e cultural vigente.
          Um movimento social constitui uma ação coletiva que envolve indivíduos que comungam de uma mesmo interesse e pretensão. Pode ser pacífico – Semana de Arte Moderna em 1922, a qual a busca por uma identidade nacional feriu os padrões culturais da sociedade tradicional – ou possuir confronto: o movimento das Diretas Já, o qual pedia a instituição das eleições diretas imediata para a Presidência da República.
          Os movimentos atuais denominados de “rolezinhos” são grandes encontros marcados por adolescentes da periferia em shoppings centers. Entraram na pauta politica atual devido as agitações que causaram com os conflitos contra os shoppings. Na busca por manter a “ordem”, os shoppings, por meio de liminares, tentaram impedir a celebração do “rolezinhos” em seus espaços. No entanto, é evidente a discriminação e o preconceito de classe e cor, tão marcantes e enraizadas em nossa sociedade. Preconceito que alimenta o autoritarismo da nossa sociedade, sempre expresso na forma de atuação das PMs e de forma direta pelos empresários do comércio.
         Para as classes dominantes, povão reunido – que não seja para futebol, festa e seus golpes de Estado – precisa ser reprimido. Na sociedade de massa, consumista e individualista, o fenômeno “rolezinho” nada mais é do que a expressão e o grito de adolescentes e jovens que existem e buscam a afirmação de uma identidade. Apesar de despolitizada, mas de forma subliminar, passam uma grande mensagem: a máscara da hipocrisia ideológica do sistema – a contradição entre o modelo Shopping Center e limitação jurídica e social para os jovens.

Giovani Rosa - 1º Direito Noturno

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