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domingo, 4 de maio de 2014

Segregação

             Os “rolezinhos” ficaram conhecidos em dezembro de 2013 e se basearam basicamente em encontros marcados pelas redes sociais em shoppings paulistanos na qual, a maioria dos frequentadores era da periferia. A dimensão se tornou tão grande devido à supervalorização da mídia e dos shoppings centers, alegando estes, que estavam ocorrendo tumultos e furtos e com isso, atrapalhando o comércio e a livre circulação dos frequentadores do shopping. 

              Dessa forma, o judiciário tomou uma posição e um dos juízes deu uma liminar proibindo os “rolezinhos” em shoppings centers e estabelecendo uma multa de dez mil reais para quem descumprisse a ordem. Percebe-se que este, utilizou-se de princípios positivistas, já que condenou a inserção de jovens de baixa renda em ambientes elitizados sob a perspectiva de ameaça a ordem vigente.


           Esta decisão e outras vinculadas pela mídia com o mesmo teor demonstram claramente o preconceito social vigente no Brasil. A grande concentração de renda nas mãos de poucos provocou a segregação de parte da população. A proibição de alguns indivíduos frequentarem um local que, apesar de privado, possui entrada pública, devido as suas vestimentas, condições sociais e cor da pele é uma forma clara de preconceito já que pressupõe que moradores de baixa renda em grupo vão provocar furtos. E ainda, esta decisão fere o principio de igualdade já que uma norma deve ser universal, ou seja, não pode ser aplicada a um grupo em específico como ocorreu nessa liminar. Sendo assim, contrário ao pensamento positivista de que há uma ordem vigente e que cada indivíduo possui o seu papel social, as pessoas devem sim ser agentes transformadores do meio em que vivem.

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