Durkheim foi o responsável por elaborar o conceito de "fato social", que figura toda forma de agir, fixa ou não, e que exerce uma coerção sobre o indivíduo. Para ele, todos os fatos sociais tinham que ser analisados como coisas.
Portanto, considerando as análises durkheimneanas, é possível entender a diminuição da população carcerária na Suécia através da relação entre criminalidade e questões sociais. Nesse país nórdico, existem programas que buscam reintegrar o detento na sociedade, além do estabelecimento de medidas alternativas de acordo com cada delito e a diminuição do tempo da pena em casos menos graves. E os resultados são concretamente positivos.
Tais fatos ajudam a provar que a criminalidade não é uma característica intrínseca ao ser humano (exceto em alguns casos de patologias que podem influenciar atos criminosos), mas sim um comportamento influenciado pela sociedade. No caso do Brasil é possível perceber que grande parte dos indivíduos que vivem do crime são marginalizados, pertencem a classes sociais de pouco prestígio, não têm acesso às mesmas oportunidades que pessoas de melhor posição social e são vítimas da invisibilidade social (como foi o caso de Sandro, o responsável pelo sequestro do Ônibus 174 no Rio de Janeiro).
O tratamento que é dado ao crime no Brasil ainda é contaminado por noções pré-concebidas de mundo, como "bandido tem que estar na cadeia mesmo" ou "esses criminosos não merecem direitos humanos". E essas noções se mostram equívocas, já que a população carcerária brasileira aumenta ano a ano.
Mas independentemente das realidades da Suécia e do Brasil, ainda através de uma perspectiva durkheimneana, suas culturas não devem ser taxadas de adiantada e atrasada, respectivamente, já que tais sociedades são independentes entre si e deve existir o respeito à diversidade entre elas. Além disso, a cultura brasileira não tem que ser transformada tendo a cultura sueca como modelo, pois as sociedades devem ser compreendidas como elas realmente são, sem serem transformadas.
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