Já dizia Rosseau que, apesar do homem ser bom, ele é corrompido pela sociedade. Talvez essa frase exemplifique bem a condição humana, e em especial a condição brasileira. O cárcere aqui é um tema bastante questionado, por abrangir direta ou indiretamente toda a população. Quem pratica atos infracionários de pequeno porte e pode pagar fiança é liberado de maneira rápida e simples. Quem não pode, é colocado numa cela com capaciddade muito inferior ao número de detentos que ali realmente estão.
Há também o fato de que muitos dos presos esperam julgamento e chegam a ficar meses nessa situação. De acordo com a revista Le Monde Diplomatique publicada no ano de 2013, dois terços dos presos no Estado de São Paulo estão em espera, devido o sistema lento e burocrático da justiça criminal. Então por que não se utilizar de penas alternativas? Assim como a Suécia o fez. E a ajuda social? De que adianta prender, humilhar, inferiorizar e depois soltar, deixando no mundo uma pessoa mais agressiva ainda?
E de que adianta criar uma clínica de reabilitação para drogados e alcoólicos sendo que estes não respeitam as regras do próprio local? Qual a eficácia de tudo isso? É uma forma de mascarar a realidade e fingir que está tudo bem, que o país está em progresso e todos estão felizes, vivendo numa "bolha" eterna. Que o Brasil está melhorando, pode-se dizer que sim. O problema é que ainda falta muito. Muito para acabar com a desigualdade. Muito para realmente todos terem aquilo que a Constituição assegura.
Lygia Carniel D'Olivo - Direito Diurno
Nenhum comentário:
Postar um comentário