Durkheim na sua obra a respeito da divisão social do trabalho enfatiza a necessidade de se submeter a individualidade de cada ser humano à coletividade em prol do bem de todos, sendo isso incutido na educação e em todos os valores transmitidos, implicita ou explicitamente, através dela. Ele acredita que é dessa forma que cada um reconhecerá sua função dentro do grupo e poderá, portanto, cooperar com o restante do corpo social, promovendo o seu bom funcionamento. Já que seria impossível que uma única pessoa desenvolvesse todas as atividades necessárias à sua sobrevivência, o melhor é que se vincule a todo o grupo e se considere uma parte dele, tão importante quanto todas as outras. Configura-se, dessa forma, uma sociedade operante com o princípio da solidariedade, que deve ser, essencialmente, a função social do trabalho (e não o aspecto econômico resultante do mesmo). Ele analisa esse aspecto nas diferentes sociedade, além de discernir o Direito Penal do Direito Civil e esclarecer a noção de crime e
Ele se baseia na ideia da complementariedade das funções exercidas por cada indivíduo como motora da integração, sendo que cada uma delas é importante para o todo como órgãos no organismo de um ser vivo. E Durkheim prega o individualismo como um fator moralmente degenerativo, que compromete essa rede de dependência mútua entre as pessoas. Nesse ponto, coloca-se um pensamento paradoxal: o sociólogo julga necessário que cada um se coloque como igualmente importante frente aos outros, como se o grupo fosse homogêneo e perfeitamente coeso. Mas também quer que cada um reconheça a sua função específica e a execute, praticando a diferenciação social a fim de identificar o papel individual. Na medida em que tenta equiparar os cidadãos, e submeter a sua individualidade ao todo, perde-se parte da identidade pessoal de uma pessoa e torna-se, portanto, mais difícil identificar precisamente a habilidade em que se destaca para determinar-se uma tarefa para ela. Ele mesmo analisa que nas sociedades complexas, o nível de diferenciação social é proporcional à margem que se dá para a interpretação individual dos imperativos sociais, isto é, a consciência coletiva é desfavorecida.
Nesse sentido, vê-se uma situação em que o indivíduo é consciente de sua individualidade, por ter a capacidade de se ver mais apto a uma função em particular, mas ao mesmo tempo, deve abdicar disso para viver em prol da união e da manutenção da ordem estabelecida. É como um conjunto de células prisioneiras que possuem a chave para sua liberdade, mas a renunciam e continuam servindo visando a saúde do corpo social.
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