Serve para nos regular, ensinar o valor das normas - o que, aliás, é a grande representação do Direito: em termos gerais, deveria punir os desvios para acalmar o ânimo da maioria, retirando-lhe o sentimento de impunidade e, ao mesmo tempo, aumentando a segurança sentida. O Direito possuiria sua função social de responder às necessidades sociais.
É sobre função social e a divisão do trabalho o texto em questão. O trabalho, para Durkheim, é o elemento de harmonização da sociedade, sincronizando-a; se as partes não cumprissem seu papel, questionar-se-ia o funcionamento dessa sociedade. O aspecto explorado não é o econômico, é moral.
Por isso, para ele, muitas pessoas resignam-se a cargos inferiores: em prol do bem de todos (e nisso ele parece aproveitar-se do positivismo de Comte e ir além), ao definir tal ato como solidariedade. Resignação do seu lugar social sem a cobiça de cargos superiores.
Sustentando essa premissa, ele continua que a sociedade é conjunto compacto e esta se esfacelaria se os indivíduos pensassem apenas em si. Culmina na defesa de o individualismo ser a pior forma de degeneração moral.
Por mais utópicos que queiramos ser, em um lugar onde todos poderiam ter o emprego que quisessem, voltamos ao assunto discutido anteriormente de que um país não se forma apenas de teóricos. Dentre trabalhar em condições péssimas e ocupar uma mesa em um escritório refinado com ar-condicionado e garantias trabalhistas, não veríamos a quantidade de trabalhadores informais que há hoje em dia.
Na prática, é inegável que essa divisão do trabalho é essencial - sem haver aqueles que cuidassem de nossa alimentação, vestimenta, manutenção de nossas mercadorias e limpeza, a produção total do trabalhador, seja este o pesquisador ou o que atua com a prática, seria prejudicada por falta de tempo total de dedicação.
As pessoas resignariam-se sim a trabalhos inferiores, mas por falta de opção e por necessidade de sobrevivência. Não podemos produzir tudo aquilo de que necessitamos (pense nos alimentos ou produtos tecnológicos!) e nesse mundo capitalista, precisamos de dinheiro para tudo. Porém, isso não quer dizer a solidariedade defendida por Durkheim. Sem querer menosprezar qualquer trabalho, muito pelo contrário, aqueles mais desprezados mereceriam salários bem melhores que os pagos atualmente justamente pelo fato de que muitos não quereriam fazê-lo. Ocorre apenas que precisamos diferenciar essa necessidade de solidariedade. Sobre os trabalhos considerados inferiores, pode até haver que haja, é muito complicado querer ser extremista; entratanto, quantos são aqueles que imaginam a importância de seus atos nos resultados alheios? A felicidade em limpar o lixo e a sujeira produzidos para que os "grandes" não se preocupem com esses detalhes e possam dedicar-se à suas especialidades?
Para isso, Émile comenta a atração entre os opostos, a fim de complementarem-se. Tudo para uma harmonização maior. Seria com o trabalho que nos encaixaríamos na estrutura social. Os vínculos gerados pelo trabalho não seriam os que conhecemos nesse sentido econômico - trabalhou, pagou, recebeu -, " o vínculo existe para além do curto período da troca de serviços"; o trabalho é necessário pela sua função social, e não apenas para conseguir o que o esforço produz. "Ao vincular indivíduos que de outro modo viveriam separados, torna possível sociedades que sem ela não existiriam. Deste modo, a divisão do trabalho constitui condição de existência da sociedade".
Em seu texto insere-se também a debatida questão das artes. O autor defende que a arte serve a poucos; o contexto histórico é o do modernismo europeu. A arte abstrata atenderia a qual necessidade social? Nenhuma. Nos questionamentos pessoais, a reposta pode pender. Fria e prioriariamente, um quadro com tintas coloridas jogadas a esmo não poderiam nem ser comparadas ao papel da comida para nossa sobrevivência. E para isto, faço referência ao Dadaísmo. Indagavam que, no meio de uma guerra, época na qual deveríamos pensar mais do que nunca em nossa sobrevivência, qual seria o papel das artes? Um ótimo meio de se explicar muitos dos quadros dessa "escola" é imaginando o que seria visto se uma bomba caísse em algum lugar, a sala de aula, por exemplo. Sobrariam apenas pedaços de parede, livros, restos de carteiras e por aí. Ou o famoso ensinamento de como fazer um poema dadaísta: recortar palavras aleatórias de revistas e jornais, misturá-las em um saco, retirar uma a uma e colá-las em um papel na ordem em que saíssem. Tal seria a importância das artes.
Por outro lado, e quanto aos empregos que a arte também pode gerar? Fazer a tela, os pincéis, as tintas, os materiais usados. Mais ainda, esquecendo apenas essa arte abstrata, considerando todas as correntes anteriores, com seus desenhos pensados, estudados e bem feitos. E não apenas isso, no meio de toda essa correria atual creditada ao capitalismo, toda a imposição já mencionada, não merecemos descanso e, especialmente, um meio de expressão das nossas emoções? Ou devemos, novamente, resignar-mos e nem ao menos ter o direito de demostrar o que sentimos?
É sobre função social e a divisão do trabalho o texto em questão. O trabalho, para Durkheim, é o elemento de harmonização da sociedade, sincronizando-a; se as partes não cumprissem seu papel, questionar-se-ia o funcionamento dessa sociedade. O aspecto explorado não é o econômico, é moral.
Por isso, para ele, muitas pessoas resignam-se a cargos inferiores: em prol do bem de todos (e nisso ele parece aproveitar-se do positivismo de Comte e ir além), ao definir tal ato como solidariedade. Resignação do seu lugar social sem a cobiça de cargos superiores.
Sustentando essa premissa, ele continua que a sociedade é conjunto compacto e esta se esfacelaria se os indivíduos pensassem apenas em si. Culmina na defesa de o individualismo ser a pior forma de degeneração moral.
Por mais utópicos que queiramos ser, em um lugar onde todos poderiam ter o emprego que quisessem, voltamos ao assunto discutido anteriormente de que um país não se forma apenas de teóricos. Dentre trabalhar em condições péssimas e ocupar uma mesa em um escritório refinado com ar-condicionado e garantias trabalhistas, não veríamos a quantidade de trabalhadores informais que há hoje em dia.
Na prática, é inegável que essa divisão do trabalho é essencial - sem haver aqueles que cuidassem de nossa alimentação, vestimenta, manutenção de nossas mercadorias e limpeza, a produção total do trabalhador, seja este o pesquisador ou o que atua com a prática, seria prejudicada por falta de tempo total de dedicação.
As pessoas resignariam-se sim a trabalhos inferiores, mas por falta de opção e por necessidade de sobrevivência. Não podemos produzir tudo aquilo de que necessitamos (pense nos alimentos ou produtos tecnológicos!) e nesse mundo capitalista, precisamos de dinheiro para tudo. Porém, isso não quer dizer a solidariedade defendida por Durkheim. Sem querer menosprezar qualquer trabalho, muito pelo contrário, aqueles mais desprezados mereceriam salários bem melhores que os pagos atualmente justamente pelo fato de que muitos não quereriam fazê-lo. Ocorre apenas que precisamos diferenciar essa necessidade de solidariedade. Sobre os trabalhos considerados inferiores, pode até haver que haja, é muito complicado querer ser extremista; entratanto, quantos são aqueles que imaginam a importância de seus atos nos resultados alheios? A felicidade em limpar o lixo e a sujeira produzidos para que os "grandes" não se preocupem com esses detalhes e possam dedicar-se à suas especialidades?
Para isso, Émile comenta a atração entre os opostos, a fim de complementarem-se. Tudo para uma harmonização maior. Seria com o trabalho que nos encaixaríamos na estrutura social. Os vínculos gerados pelo trabalho não seriam os que conhecemos nesse sentido econômico - trabalhou, pagou, recebeu -, " o vínculo existe para além do curto período da troca de serviços"; o trabalho é necessário pela sua função social, e não apenas para conseguir o que o esforço produz. "Ao vincular indivíduos que de outro modo viveriam separados, torna possível sociedades que sem ela não existiriam. Deste modo, a divisão do trabalho constitui condição de existência da sociedade".
Em seu texto insere-se também a debatida questão das artes. O autor defende que a arte serve a poucos; o contexto histórico é o do modernismo europeu. A arte abstrata atenderia a qual necessidade social? Nenhuma. Nos questionamentos pessoais, a reposta pode pender. Fria e prioriariamente, um quadro com tintas coloridas jogadas a esmo não poderiam nem ser comparadas ao papel da comida para nossa sobrevivência. E para isto, faço referência ao Dadaísmo. Indagavam que, no meio de uma guerra, época na qual deveríamos pensar mais do que nunca em nossa sobrevivência, qual seria o papel das artes? Um ótimo meio de se explicar muitos dos quadros dessa "escola" é imaginando o que seria visto se uma bomba caísse em algum lugar, a sala de aula, por exemplo. Sobrariam apenas pedaços de parede, livros, restos de carteiras e por aí. Ou o famoso ensinamento de como fazer um poema dadaísta: recortar palavras aleatórias de revistas e jornais, misturá-las em um saco, retirar uma a uma e colá-las em um papel na ordem em que saíssem. Tal seria a importância das artes.
Por outro lado, e quanto aos empregos que a arte também pode gerar? Fazer a tela, os pincéis, as tintas, os materiais usados. Mais ainda, esquecendo apenas essa arte abstrata, considerando todas as correntes anteriores, com seus desenhos pensados, estudados e bem feitos. E não apenas isso, no meio de toda essa correria atual creditada ao capitalismo, toda a imposição já mencionada, não merecemos descanso e, especialmente, um meio de expressão das nossas emoções? Ou devemos, novamente, resignar-mos e nem ao menos ter o direito de demostrar o que sentimos?
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