Para Durkheim, a divisão do trabalho é elemento de harmonia na sociedade. Ela fortalece a ordem social por tornar as pessoas solidarias a ponto de se resignarem a uma posição social inferior, em prol do bem comum. O individualismo é a degeneração moral.
A sociedade deve ser organizada e deve existir em beneficio de todas as pessoas humanas. Como todos os seres humanos são livres e cada um tem sua individualidade, a convivência é fonte permanente de divergências e de conflitos. Para que seja possível a convivência harmônica, necessária e benéfica, é indispensável que existam regras de organização e de comportamento social, mesmo que signifiquem restrições ao comportamento das pessoas, a exemplo da educação.
Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, todos devem agir, em relação aos outros, com “espírito de fraternidade”. A pessoa consciente do que é e do que os outros são, a pessoa que usa sua inteligência para perceber a realidade, sabe que não teria nascido e sobrevivido sem o amparo e a ajuda de muitos. E todos, mesmo os adultos saudáveis e muito ricos, podem facilmente perceber que não podem dispensar a ajuda constante de muitas pessoas, para conseguirem satisfazer suas necessidades básicas.
Existe, portanto, uma solidariedade natural, que decorre da fragilidade da pessoa humana e que deve ser completada com o sentimento de solidariedade. Se houver respeito aos direitos humanos de todos e se houver solidariedade, mais do que egoísmo, no relacionamento entre as pessoas, as injustiças sociais serão eliminada e a humanidade poderá viver em paz.
A função da divisão do trabalho é harmonizar as diferenças do corpo social, em busca de manter sua estabilidade. Pelo trabalho, podemos nos adequar ao conjunto.
O conflito de classes é gerado simplesmente devido à alguns indivíduos que se rebelam quanto à ordem. O individuo deve se proteger com a evocação do direito, não com a greve ou com a revolução. O direito corresponde à satisfação da consciência coletiva acerca dos desvios, com as sanções. A impunidade poderá ameaçar a ordem e a harmonia da sociedade.
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