Ao discutirmos o funcionalismo do trabalho aos olhos de Durkheim caímos inevitavelmente no fenômeno por ele denominado como "fato social", sobre o qual já havíamos começado a discorrer. E por meio desse fenômeno constatamos que o trabalho seria algo muito mais importante do que um simples provedor de sustento para as pessoas, ele também faria parte de um contexto social que envolveria algo de tom moral, e por isso seria importante a análise da função de sua divisão.
Para Durkheim a divisão do trabalho se daria então por meio do princípio da "solidariedade", sendo que esta é definida por ele de modo um tanto diferente do qual estamos acostumados a lidar, ela não estaria relacionada de qualquer modo ao enfoque filantrópico da palavra, mas sim com sua significação ligada aos costumes e normas, vinculada à sociedade e ao pensamento coletivo. Dessa forma as pessoas se poriam a trabalhar e se resignariam com seus postos de trabalho graças à essa consciência coletiva, isso pode ser observado de maneira muito clara no sistema de castas indiano, onde cada classe social cumpre seu papel previamente definido pelos costumes e não se opõe a isso, garantindo assim que a máquina social da comunidade funcione como deveria de fato funcionar.
Desse modo Durkheim nos demonstra que da mesma forma que a "solidariedade" gera a divisão do trabalho, esta última também dá origem a solidariedade, criando então um ciclo entre esses dois fenômenos. Isso porque a divisão do trabalho "une" pessoas diferentes, já que cada indivíduo possui uma habilidade singular, e seu trabalho, e função social, seriam definidos à partir dela. Por fim, ela proveria a tão desejada condição de existência para a sociedade, já que ela geraria o fator de integração entre os homens, gerando a unidade social, e serviria portanto como a argamassa de toda sociedade.
Postagem de
Lucas Takahashi Tashiro
1º ano - Unesp - Direito Diurno
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