Ciência moderna e o avanço da humanidade

  Descartes e Bacon, apesar de apresentarem uma significativa divergência epistemológica, 

sendo o primeiro um racionalista e, o segundo, um empirista, convergem suas opniões quando o assunto é a descrença em relação à filosofia clássica. Os dois pensadores alegam que a ciência desenvolvida pelos gregos era meramente contemplativa, sendo incapaz de aliviar e melhorar a condição humana.

  Esse novo posicionamento, que será responsável pelo surgimento da ciência moderna, vai promover uma alteração nas sociedades humanas, gerando avanços significativos como, por exemplo, o melhoramento da medicina e o desenvolvimento de máquinas.

  Além das áreas biológicas e da natureza, as ciências humanas também serão beneficiadas por essa nova abordagem. O estudioso da sociedade ao constatar, de maneira científica, a presença do racismo na sociedade, deverá ultilizar esse conhecimento com o intuito de intervir na realidade, buscando o bem comum do meio em que está inserido. O posicionamento da ciência clássica, em contrapartida, apenas constataria a existência do racismo, não tomando uma atitude ativa,  diante do conhecimento.

  Por fim, é importante fazer uma ressalva, destacando que ao tratarmos de temas relacionados as ciências humanas, fica extremamente complicado analisarmos o fenômeno de maneira imparcial, ignorando nossas crenças, vivências e preconceitos. Paulo Bonavides, em seu livro "ciência política", deixa claro tal dificuldade: "Por mais que forceje não chegará ele (o estudioso da sociedade) nunca a captar o fenômeno social imparcialmente, emancipado do círculo vicioso ou da camada densa de preconceitos que o rodeiam".

  

Nicolas Candido Chiarelli Do Nascimento, Direito xxxvi {Diurno}