A perspectiva de que vivemos em um mundo que enaltece as
desigualdades sociais se torna cada vez mais explícita no mundo contemporâneo, e
isso acontece devido as bases e estruturas que consolidaram as matrizes do pensamento
leigo. A recente eleição do novo presidente da república Jair Messias
Bolsonaro, exteriorizou com suas declarações, assim como Donald Trump, todo o ódio
e intolerância que as pilastras que construíram a sociedade continuavam a
esconder, e a partir disso ocorreu o reavivamento mais intenso das pautas humanísticas por direito.
Com a ascensão da tecnologia, a busca por direitos se tornou,
de certa forma, mais visível e até mesmo popular, e com os relatos e estudos
que foram surgindo determinou-se, efetivamente, o quanto o racismo no Brasil se dá
de forma velada e sutil, o que é externado na desigualdade social de trabalho e
oportunidades de vida. Assim, as diretrizes dos pensamentos empiristas passaram
a ganhar um maior significado, ou seja, trouxe para a discussão hodierna o
quanto as pessoas deixaram de raciocinar devidamente e iniciaram seus discursos
racistas e preconceituosos desde o inicio dos tempos e continuaram com eles,
tratando seus semelhantes de forma hostil e combativa, direta e indiretamente.
Em função de tais acontecimentos atuariais, podem ser
anexados os pensamentos dos filósofos René Descartes e Francis Bacon,
estudiosos que acreditavam no poder do empirismo e da experiência científica
como base para a resolução de conflitos sociais, e portanto, naturais, que são
inerentes ao ser humano. Tais pensadores podem ser introduzidos nesta temática
pois tratam da utilização da ciência como modo de emancipação dos pensamentos ignorantes e
arcaicos que foram desenvolvidos no imaginário humano.
Em sua obra “Novum Organum”, Bacon apresentou os quatro gêneros
de ídolos que geram falsas noções de realidade e perspectivas ilusórias, sendo
eles: os ídolos da tribo, os ídolos da caverna (no intuito de relacionar com o
mito da caverna de Platão), os ídolos do mercado e os ídolos do teatro. Assim,
todas essas ideias de perfeição aludem a idolatria de algo suspenso da
realidade. Por isso, é válido ressaltar o quanto a ocidentalização é valorizada,
assim como a pessoa e a personalidade branca, automaticamente remetidas aos
deuses gregos inabaláveis, imbatíveis e perfeitos da mitologia grega, reafirmando
essas intenções de dar continuidade a supremacia branca que faz com que
tudo que se afasta desse modelo seja inferiorizado e marginalizado.
A população negra é
vitima de uma sociedade repleta de preconceitos e de falsos ídolos que
distorcem a realidade, a população negra enfrenta o racismo velado brasileiro
todos os dias e a todo o tempo, e o mundo, mesmo com toda a informação alcançada
ainda esta preso a bolha ocidental que o rodeia. De fato, as relações tem sido
aprimoradas e pautas, como o racismo, sendo cada vez mais discutidas, porém, enquanto
jovens ainda andarem nas ruas com medo e insegurança devido a sua cor, a
humanidade retrocede.
Beatriz Dias de Sousa - 1º ano Direito Noturno
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