Racismo, um dos temas mais polêmicos da
modernidade, concentram-se opiniões contraditórias, que debatem alguns níveis
as consequências de sua prática e seus obstáculos metodológicos e teóricos. O
sufixo “ismo” já transmite a ideia de uma ideologia, pois este sufixo é
normalmente utilizado para indicar crenças e doutrinas. As discussões sobre
diversas formas de sua prática e consequências vem sempre assistida de uma
carga emocional, o que comprova que sua discussão vai muito além das questões
das ciências sociais e da academia. É assumindo o papel social, ideológico e
político do racismo que poderemos atingir e entender o seu significado
multicolorido e ambíguo. Apenas desta maneira poderemos entender por que se
trata de um conceito tão polêmico e, também, por que em determinados momentos
históricos o racismo ganha força e se desenvolve com tanta hostilidade.
Na obra
Novum Organum, Bacon descreve diversos ídolos pelos quais a sociedade estaria
sujeito a sucumbir à ignorância e sendo assim, a humanidade deve buscar na
ciência uma emancipação dos enganos inseridos socialmente. Apesar das bases do cientificismo ter sido
laçado há séculos, o nosso cenário atual continua aterrorizado por ídolos e,
sobretudo, por preconceitos infundados. Cenas como as relatadas na tirinha de
Alexandre Beck, infelizmente, são comuns ainda nos dias de hoje, e não são
veladas! O que não falta, atualmente, são declarações preconceituosas do
Presidente da República Federativa do Brasil, por exemplo. Durante a corrida
presidencial de 2018, ele (o nome que aqui, me recuso e mencionar) foi ganhando
votos e subindo nas pesquisas como resultado das declarações machistas,
homofóbicas e racistas que ao decorrer da campanha, só crescia. E tais atitudes, vindo do Chefe do Executivo,
só faz legitimar discursos iguais aos dele, ferindo a Constituição e,
consequentemente, os direitos das minorias (digo aqui minorias pensando numa
logica de poder, pois, é sabido que mulheres, pretos e pardos, e a comunidade
LGBTQ+ não são minorias neste país) e a dignidade humana, tão defendida pelo
ramo do direito.
Ver o racismo como um tópico cientifico é simplicidade, pois a
ciência condena o racismo e nem por isso ele deixa de exercer um papel
agressivo na conjuntura atual das relações locais, nacionais e internacionais.
Ressalvo aqui, por fim, que o racismo tem um conteúdo de dominação, não apenas
ético, mas também ideológico e político, então, é necessário pensar nessa
problemática não apenas em sua natureza acadêmica e científica, mas sim pensando
que ele excede as conclusões da ciência e funciona como engrenagem de submissão
e não de explicações antropológicas.
Akysa Santana - RA 181222019.
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