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quinta-feira, 28 de março de 2019

Racismo e as Ciências

         Racismo, um dos temas mais polêmicos da modernidade, concentram-se opiniões contraditórias, que debatem alguns níveis as consequências de sua prática e seus obstáculos metodológicos e teóricos. O sufixo “ismo” já transmite a ideia de uma ideologia, pois este sufixo é normalmente utilizado para indicar crenças e doutrinas. As discussões sobre diversas formas de sua prática e consequências vem sempre assistida de uma carga emocional, o que comprova que sua discussão vai muito além das questões das ciências sociais e da academia. É assumindo o papel social, ideológico e político do racismo que poderemos atingir e entender o seu significado multicolorido e ambíguo. Apenas desta maneira poderemos entender por que se trata de um conceito tão polêmico e, também, por que em determinados momentos históricos o racismo ganha força e se desenvolve com tanta hostilidade. 
        Na obra Novum Organum, Bacon descreve diversos ídolos pelos quais a sociedade estaria sujeito a sucumbir à ignorância e sendo assim, a humanidade deve buscar na ciência uma emancipação dos enganos inseridos socialmente.  Apesar das bases do cientificismo ter sido laçado há séculos, o nosso cenário atual continua aterrorizado por ídolos e, sobretudo, por preconceitos infundados. Cenas como as relatadas na tirinha de Alexandre Beck, infelizmente, são comuns ainda nos dias de hoje, e não são veladas! O que não falta, atualmente, são declarações preconceituosas do Presidente da República Federativa do Brasil, por exemplo. Durante a corrida presidencial de 2018, ele (o nome que aqui, me recuso e mencionar) foi ganhando votos e subindo nas pesquisas como resultado das declarações machistas, homofóbicas e racistas que ao decorrer da campanha, só crescia.  E tais atitudes, vindo do Chefe do Executivo, só faz legitimar discursos iguais aos dele, ferindo a Constituição e, consequentemente, os direitos das minorias (digo aqui minorias pensando numa logica de poder, pois, é sabido que mulheres, pretos e pardos, e a comunidade LGBTQ+ não são minorias neste país) e a dignidade humana, tão defendida pelo ramo do direito. 
        Ver o racismo como um tópico cientifico é simplicidade, pois a ciência condena o racismo e nem por isso ele deixa de exercer um papel agressivo na conjuntura atual das relações locais, nacionais e internacionais. Ressalvo aqui, por fim, que o racismo tem um conteúdo de dominação, não apenas ético, mas também ideológico e político, então, é necessário pensar nessa problemática não apenas em sua natureza acadêmica e científica, mas sim pensando que ele excede as conclusões da ciência e funciona como engrenagem de submissão e não de explicações antropológicas. 

Akysa Santana - RA 181222019.

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