Total de visualizações de página (desde out/2009)

quinta-feira, 28 de março de 2019

O racismo atual e filósofos modernos


As tirinhas de Alexandre Beck revelam as diferenças do cotidiano de Armandinho, um garoto branco, e Camilo, um garoto negro. Os personagens brincam juntos e, em ambas as tirinhas, o personagem negro se vê ameaçado pela figura de um policial e deixa de fazer certas coisas por isso – como apostar corrida com o seu amigo - enquanto o personagem branco, não. Isso explicita a realidade da população negra brasileira que vê na polícia uma ameaça, já que essa age de maneira autoritária e racista.
 O racismo é um problema estrutural de toda a sociedade brasileira, a polícia apenas reflete isso de maneira mais evidente. Descartes afirma que para se chegar à “verdade científica” é necessário vencer suas convicções próprias e que devemos duvidar de tudo e, assim, as ideias falsas serão desmascaradas. Para chegarmos a uma sociedade livre do racismo, que tenha superado as heranças escravocratas e os anos de diminuição do negro em detrimento do branco, se é necessário vencer as ideias equivocadas que são ensinadas durante a nossa formação e que são amplamente difundidas e aceitas na sociedade brasileira contemporânea. Para isso, é necessário duvidar desse pensamento enraizado, que inferioriza o negro, e ao fazer isso, várias brechas surgirão e ele será descartado, uma vez que o racismo não possui nenhum embasamento científico.
 Para Bacon, a ciência deve ter uma função útil e deve ajudar a melhorar a condição humana, por isso ele critica a filosofia grega, que é rica em palavras e ideias mas é pobre em obras concretas que visem o alívio da condição humana; isso revela que não basta apenas descartar o pensamento racista, não basta apenas não impedir que Camilo brinque como quiser, assim como brinca Armandinho, é necessário que atitudes concretas sejam tomadas para barrar os pensamentos e ações racistas. Já que não ser racista é um grande passo, mas é necessário impedir que outros sejam e lutar contra a discriminação da comunidade negra.

Bianca Namie B. Mizobe / noturno

Nenhum comentário:

Postar um comentário