‘‘O intelecto humano é semelhante a um espelho que reflete desigualmente
os raios das coisas e, dessa forma, as distorce e corrompe. ‘‘
Essa frase de Francis Bacon, um dos filósofos fundadores dos
cânones da ciência moderna, sumariza o quanto a mente humana está imersa em falsas
verdades e percepções. Em sua obra Novo Organum são descritos os diversos ídolos
pelos quais a humanidade estaria suscetível a sucumbir à ignorância. Sendo
assim, dever inerente a figura do homem buscar na ciência uma libertação das inverdades
inseridas na sociedade.
Traçando um paralelo com o cenário atual, se percebe que
apesar das bases do cientificismo terem sido lançadas séculos atrás nosso
cotidiano continua assombrado por misticismos, ídolos e principalmente preconceitos
infundados.
Prova desse anacronismo são as tirinhas de Alexandre Beck
que demonstram como o preconceito causa a institucionalização de dois ambientes
totalmente antagônicos. De um lado Armandinho, uma criança que aproveita a
infância sem maiores preocupações. Do outro Camilo que desde cedo sente em sua
pele a discriminação e o medo frutos do obscurantismo.
O desconhecimento não apresenta entraves apenas no meio cientifico,
mas suscita uma série de problemáticas graves no panorama cotidiano. A exemplo
da insurgência de pseudociências que tomam lugar da medicina formal sem qualquer
veracidade em seus tratamentos, a ascensão de grupos extremistas, o avanço de seitas
e grupos religiosos radicais, a legitimação de prenoções supracitadas.
Por conseguinte, se observa uma horda de abusos, violências
e no caso em destaque de exteriorizações cruéis do racismo.
A solução para a insipiência e suas tristes consequências
continua sendo a mesma da época de lançamento do Novo Organum. Lançando mão de
outro pensador cientificista, Descartes e sua obra Novo Método é preciso duvidar
da veracidade de tudo que lhe é apresentado até que não se possa encontrar
falhas ou inconstâncias. É necessário, buscar a verdade metodicamente e a alastrar
combatendo tais injustiças.
Embora a luta contra os preconceitos pareça infindável, é
com conhecimento que se finda a ignorância, com a luz que se acaba com o obscurantismo
e com a resiliência que se vence a desesperança.
Jaqueline Sayuri Marcola Abe – Direito 1º Ano Matutino
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