Não tinha medo o tal menino Armandinho
Com a chegada da polícia
Foi ele quem não temeu
Deixou de notar a injustiça tremenda
Só vivida pelo amigo
Que,tantas vezes,sofreu
Quando crianças são paradas sem motivo
Ainda mais,são agredidas por soldado de fuzil
É um terror para as jovens mentes que sonhavam
Com um pouco de igualdade num país como o Brasil
Lá na Igeja só se fala de respeito
Aos costumes dos fiéis que se juntam para rezar
Sentem mesmo que existe um Deus perfeito
Sentem a presença dele em todo lugar
Os filósofos começaram a estudar
O Deus tão adorado por cristãos
Dentre eles, o francês Rene Descartes
Partiu da ideia da divina perfeição
Então estudou a racionalidade
De tanto usar o método que ele mesmo criou
Teve um desejo quase compulsório
De descobrir a verdade a qulquer custo
Não entendia como a vida funcionava
Descobriu que se enganava sobre tudo ao redor
Mas não cansava de tentar achar respostas
Sabia que duvidar era o certo
Antigamente,eles tinham uma mania
Os doutores exibidos, eu vou te falar
Por teimosia e por vaidade
Não tinham humildade
Queriam sempre acertar
Diziam eles: "A natureza é linda,
Algo que devemos contemplar
Precisamos admirar a vista
Para termos sobre o que filosofar"
E Descartes negou essa proposta
E voltou sua atenção pro cenário global
Ele ficou bestificado com as cidades
Que saiu para visitar
Elas eram sem igual
Meu Deus,mas que cidadezinhas
Que têm tanto a nos ensinar
Holandeses têm comércio forte e ganham cém mil por mês ao negociar"
Na Inglaterra era éopca agitada
Gastavam todo seu tempo com muita revolução
E conheciam ideais da burguesia
Fazer o seu comércio eles queriam
Um paiszinho da América latina
Ainda era uma colônia
Seu nome era Brasil, e uma família
Portuguesa sempre ia explorar
E independência ou morte não gritaram
Mas a pressão da elite não dava para suportar
E ouviam pelas ruas a novidade
Que dizia que Império o Brasil ia virar
E os políticos tiveram uma conversa
Decidiram no privado que rumo iam tomar
Os brasileiros, grande parte nem sabia
Que seu destino foi decidido na hora
Logo logo, D Pedro faz viagem
Golpe da maioridade
Vem o filho dele aí!
E o segundo teve apoio rapidinho
E ficou meio século no poder do Brasil
Fez amigos dos extremos políticos
Mantinha o equilíbrio para governar
Mas,de repente, com a alta do café
E a chegada do imigrante
Veio república
Já com muitas revoltas terminou
O regime de escravidão pela primeira vez
Violentados e humilhados, os negros
Viram a lei Áurea aparecer
Agora parecia decidido
Negros livres e acolhidos
No território nacional
Não teriam que ter medo de polícia, capitão, traficante, playboy nem general
Foi quando perceberam que não tinha nada disso que o país foi prometer
Isabel assinou uma cartinha que libertava mas não conseguia atender
Necessidades da população negra
Que excluída voltou a ser
Foram marginalizados no final
E o racismo não parava de crescer
O tempo passa e no século XXI
Ainda é atual essa questão
O racismo está na conjuntura histórica
E é herança de anos de escravidão
"Não boto negro na minha empresa
Não vou contratar
Isso eu não faço não
E ainda chamo general de dez estrelas
Para invadir a casa dele sem permissão
E é melhor não me chamar de racista
Que eu não sou obrigado a mudar de opinião"
É uma injustiça que na época do Descartes era normal
Hoje em dia não pode ter mais não
Hoje em dia não pode ter mais não
Hoje em dia não pode ter mais não
Os negros sofrem tanta discriminação
E são tratados como bandidos
Não é que o Armandinho estava certo
De brincar com o colega
Sem, pela pele, julgar
Essa sociedade está toda errada
De querer,tanta gente, inferiorizar
Falam que nada disso acontece
Que racismo não existe
Que é tudo mentira
E só sabe quem sentiu na própria pele
O tratamento que negro recebe
Laura Filipini Noveli
1o ano- Matutino
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