Com as tirinhas de Alexandre Beck, é possível
levantar reflexões sobre a realidade em que vive a população negra brasileira,
percebe-se que os afrodescendentes são alvo da sociedade até mesmo quando
crianças, sendo vítimas da desigualdade e preconceito racial, e assim gerando
nelas diferença nos pensamentos e modo de agir, apenas pelo fato de possuírem a
pele negra, e, e essas características são levadas até suas fases adultas.
Com o vínculo retratado
entre Armandinho e Camilo, crianças que possuem etnias diferentes, é possível
contrastar as realidades, as ações e pensamentos pelo simples fato delas possuírem
tons de pele diferente. através do quadrinho torna-se ainda mais indubitável
que o preconceito carrega consigo uma forte ignorância e irracionalidade, a
partir do momento em que uma criança inofensiva é tratada de maneira diferente
que seu amigo branco Armandinho, e assim
obrigando Camilo a ter um comportamento mais regrado e mais cuidadoso, já que o
policial (que pode ser visto como um representante de uma sociedade racista) o vê
com uma visão negativa, carregada de preconceitos, sendo assim necessário que
ele precise de mais artimanhas para conseguir comprovar que é um pequeno
cidadão de bem. Ademais, as ações tomadas por Camilo perante o guarda retrata o
desamparo dessa criança, visto que esse policial, que tem função de proteger
todos os cidadãos, proporciona medo em Camilo e também perpetua o racismo
social.
A reflexão que pode ser
levantada perante esses quadrinhos, é que há uma inversão de medidas sociais,
pois a população replica cotidianamente seu preconceito racial, sendo ele de maneira
implícita ou explicita, e cabe a população negra a aprender a lidar, combater e
viver socialmente com tal situação, enquanto o erro está na própria dinâmica da
sociedade que não muda seus ideais e condutas preconceituosas. Além disso,
tendo em vista que ninguém nasce com noção do que é preconceito e como lidar
com ele, por meio de Camilo, é perceptível que deve-se explicar para crianças
negras de como lidar com tal preconceito, apresentando assim um problema, já
que as crianças não sabem interpretar assuntos tão complexos como esse, e assim
gerando o risco de que as características, cultura e história negra seja
repassada de modo comprometedor e errôneo, e assim marginalizando mais uma vez
a população negra.
Desse modo, o método para
obter mais conhecimento dos filósofos Francis Bacon e Renê Descartes, pode servir
como modelo para combater de maneira mais eficiente a estrutura racista da
sociedade brasileira, extinguindo gradualmente o preconceito racial. Portanto,
as medidas necessárias nesse método, que vai contra a desigualdade racial é:
ensinar a criança sobre as belezas da cultura negra, e mostrar-lhes que não há
coerência alguma nas ideias de preconceito racial, e assim as emponderando e gerando maior conscientização, fazendo que elas levem essa postura de
respeitar diferentes etnias até a vida adulta; ensinar nas escolas a história
da África e dos afro brasileiros, mas não só pelo prisma da escravidão, mas
também da grandeza e riqueza da histórica e cultural desses povos; e por fim,
punir mais severamente aqueles que cometeram o preconceito racial. Contudo, é
importante que o conhecimento obtido através da convivência com diferentes
humanos elaborado por Renê descartes, e o empirismo de Francis Bacon, sirvam
como modelo para tal método anti rascismo, para que o lado humano seja alavanca
para compaixão e racionalidade, e que tal método seja realmente colocado em
pratica.
Lívia Ribeiro Cunha
direito noturno
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