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domingo, 8 de setembro de 2013

Perspectiva Weberiana na compreensão dos fenômenos sociais

Weber desenvolve sua obra no contexto em que a sociologia tendia a se tornar sinônimo de marxismo, uma ciência nomológica, a qual busca apenas o domínio do mundo. Na tentativa de evitar tal fato, Weber define a Sociologia como uma ciência da realidade empírica, a qual visa à interpretação e à crítica do mundo. Assim sendo, para que se aproxime ao máximo da realidade, o filósofo estabelece que a função essencial desta seja compreender a ação social dos indivíduos, o sentido e os valores que a movem. Por ação social, Weber entendia uma conduta dotada de sentido voltada para a ação com outras pessoas.
Dentro desse contexto, o intelectual critica a ideia determinista da Ciência, alegando que jamais pode ser tarefa da Ciência empírica proporcionar normas e ideais obrigatórios, dos quais se possa derivar “receitas” para a prática. Além disso, Weber repreende o materialismo histórico, visto que essa concepção ao invés de investigar e compreender a realidade histórica tal como é, fornece apenas um denominador comum de sua explicação causal. É mister que a Ciência carregue consigo um conteúdo crítico e não se apegue a juízos de valor e ideologias.
 Diante dessa problemática,  Weber criou a expressão 'tipo ideal', uma ferramenta de análise metodológica correspondente a algo que pode ser um objeto e que, dessa forma, atua como guia para os fenômenos que ocorrem na realidade. Segundo o intelectual, a verdade científica advém da comparação entre o ‘tipo ideal’ e os fatos.

A atualidade dos conceitos weberianos é incontestável, sobretudo no que diz respeito à necessidade de neutralidade na pesquisa social empírica. Para ele, era muito importante separar o conhecimento empírico daquele que exprime juízo de valor a fim de que ocorra uma compreensão racional da realidade. Hoje, é fundamental que haja essa neutralidade nas pesquisas das diversas áreas do conhecimento.  Outro conceito criado pelo intelectual e que traz reflexos hodiernos é o de que para toda ação existe uma explicação intencional. Isto posto, para compreendermos melhor o outro e, consequentemente, aquilo que está a nossa volta, é importante pensarmos no que o moveu o outro a praticar determinado ato, nos colocarmos no lugar dele.

Marina Cavalli - Direito diurno

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