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domingo, 8 de setembro de 2013

Homem, caleidoscópio

          
          "Um caleidoscópio é um aparelho óptico formado por um pequeno tubo de cartão ou de metal, com pequenos fragmentos de vidro colorido, que, através do reflexo da luz exterior em pequenos espelhos inclinados, apresenta, a cada movimento, combinações variadas [...] de efeito visual".
           Da mais simples definição de caleidoscópio conseguimos, através de uma analogia, ver a tese weberiana sobre o homem.
          Weber não consegue definir o tipo ideal, indissolúvel, de homem. Na sua visão é impossível enxergar o ser humano sempre da mesma forma, este está sempre a mercê das mudanças ocorridas no mundo, ao longo dos anos, ao longo das classes. Diz-se assim de um caleidoscópio, que a cada movimento muda sua combinação, sua "visão interior". Pois bem, certamente para Weber o caleidoscópio chamado homem nunca está definido, rigidamente acertado. O homem da Inglaterra pré-industrial não tem o mesmo reflexo interno do homem dos tempos de indústria. 
          Da mesma forma, dois caleidoscópios, que passam pelo mesmo movimento, certamente não apresentarão o mesmo reflexo daquele movimento. Para Weber, as classes não são homogêneas, os valores também não. Cada homem apresentará um modo diferente de se impor perante a sua situação atual, mesmo que sua situação seja semelhante a de outro.
           É daí então que ele diz que o tipo ideal existe tão somente para deixar de existir. O homem, caleidoscópio, se altera a cada mínimo movimento, dificilmente volta a sua visão anterior. O ideal anterior, dificilmente será ideal depois.


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