É possível definir o ser humano em uma classe, ou em um
quadro de características pré-determinado? É possível observar um operário, um
movimento político ou um evento corriqueiro e enquadrá-lo nas mesmas características
de classes ou eventos passados? Segundo Max Weber, responder que sim para tais
atitudes é um desperdício de campo para novas observações e conclusões. Sendo
um dos “pecados” da ciência em sua época. Para Weber, a aceitação de dogmas do
chamado materialismo histórico fazem com que a ciência busque um fato ideal. Um
fato que pode ser descrito com os mesmos conceitos e características de fatos
do passado. Tal ideia de fato ideal é incompreensível para ele, pois encontrar
um evento ideal, que se encaixe em características pré-determinadas, é algo infundado
devido ao fato de que as variáveis, e teorias de um fato, mudam com o passar do
tempo, fazendo com que um objeto analisado um dia, revele diferentes
informações se for analisado, com diferentes “olhos”, no futuro.
Partindo desta ideia, Weber atenta que diferentes
particularidades e características de um fato podem estar presentes e tomar seu
agir, fazendo com que um fato que antes era conhecido, deixe de possuir uma
classificação tão específica.
Ao trazer tal ideia para a atualidade, percebemos que a
ciência, e até mesmo o homem, ainda busca definir suas descobertas com certo
dogmatismo e (por que não?) certa pressa. Tais conclusões precipitadas não
ficam restritas ao campo da ciência. Até mesmo no dia-a-dia essas situações
ocorrem. Isto porque sempre se tem a ideia de que é possível determinar o homem
dentro de uma classe, que especifique suas características e seu modo de agir.
Ou seja, se tem a ideia de que o homem, de modo geral é um personagem ideal,
com características fechadas. Algo que foge muito da realidade, chegando até
mesmo a simplificar, em muitas vezes, a própria realidade e as diferentes
características que o ser humano, como indivíduo, pode possuir.
Ou seja, ainda na atualidade, nossa ciência e opiniões,
possuem traços das velhas ideias referentes ao dogmatismo do materialismo
histórico, buscando explicar e finalizar certos assuntos, e campos de pesquisa,
apenas por meio de conclusões fechadas que não dão chances para diferentes
estudos e novas teorias. Algo que, sempre após alguns anos, prova ser um
desperdício devido às outras opiniões, e campos, que são deixados de lado
somente pelo fato de se concluir que um determinado assunto está “fechado” para
novas conclusões ou análises.
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