Em um momento histórico no qual sociologia tendia a se
tornar um sinônimo de marxismo, Weber pauta seus estudos na busca de uma
maneira de evitar que tal ciência viesse a se tornar a representação de uma
ideologia.
O sociólogo alemão
apresenta uma defesa de que a sociologia seria uma ciência da realidade, estudando
conhecimentos de forma empírica, ao contrário das ciências nomológicas, cujo
propósito era prescrever leis que regeriam os fenômenos, tais como as ciências naturais
e exatas. Com isso, apresenta uma crítica ao marxismo, visto que nele a
sociologia, prescrevendo um “dever ser” à sociedade, contrariava seu princípio,
que seria o de submeter-se às variações da realidade.
Weber analisa a perspectiva de lidar com a realidade
empírica, analisando as ações sociais a medida em que ocorrem, sem elaborar
teorias ou leis fixas. Ele introduz na sociologia uma perspectiva inédita de
interpretação da ação social dos indivíduos sem uma estrutura fixa.
Tal sociologia weberiana seria denominada compreensiva, pois
seu fim seria compreender a realidade e não prescrever medidas ou ideias a
serem adotadas. Considerando o sociólogo que todas as ações sociais são movidas
por valores, observa que o cientista social pode adotar métodos cujo fim seria
reduzir a subjetividade de seu objeto de estudo, porém nunca prescrever algo,
visto que assim seu estudo estaria sofrendo uma contaminação valorativa. Contudo,
a perspectiva que adota Weber não é exatamente a de neutralidade, mas sim de
rigorosidade na ciência, de forma que esta informe a ação política.
Observa Werber que as ações sociais tem por característica
serem inesperadas, podendo ser mobilizadas por valores que possivelmente
ficariam guardados durante toda a vida do indivíduo, devendo elas portanto
serem analisadas de maneira individual, buscando-se sempre ir além de hipóteses
iniciais. Ressalta ainda o sociólogo que tais ações podem se modificar de
acordo com o ambiente na qual se encontram.
O sociólogo estuda ainda a questão da ética protestante
dentro do sistema capitalista, na qual a busca pela riqueza encontra um
fundamento ético dentro de tal âmbito religioso, visto que esta, embora seja
uma ação social movida por uma ideologia, pode ter ainda um aspecto racional,
pois visa um objetivo. Apresenta também uma crítica ao determinismo e ao
materialismo, visto que para ele, ao contrário de em tais correntes, a não prescrição de lei deve ser o foco da
sociologia, de forma a tornar mais fácil a compreensão de uma ação no contexto
universal.
Um determinado fato, para ele, teria várias causas, e com a
presença de leis sociais, as demais causas acabariam sendo rebaixadas. Porém um
“tipo ideal” poderia vir a ser utilizado de modo a auxiliar a compreensão da
complexidade da realidade, sendo um recurso metodológico proposto para fugir de
uma perspectiva única.
Concluindo, para Weber o essencial é que na sociologia nunca
se proponha uma lei fixa, evitando-se que as variações provocadas por fatores
culturais, políticos, históricos e até mesmo econômicos venham a ser
desconsiderados no estudo de ações sociais, o que prejudicaria a compreensão
universal destes, causando um certo regresso nos estudos sociológicos.
Mayara P. Michéias - 1º ano Direito Diurno Unesp
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