Max Weber é um dos mais
considerados pensadores quando se trata da compreensão da sociologia. Pensador
por excelência apresenta uma visão acerca da relação do juízo de valor com a realização
da ação que ajuda a compreender posturas inesperadas na sociedade dos anos 2000,
dita moderna e liberal.
Weber nos esclarece que o juízo de valor é o ponto de
partida da ação. E esse é o ponto crucial das complicações que as ações, até
mesmo as mais racionais, podem gerar no meio. Afinal, os valores são absorvidos
de forma quase involuntária pelos indivíduos e depois de aspirados são muito difíceis
de serem mudados. Dessa forma, valores preconceituosos, racistas e excludentes,
quando absorvidos são expressos em ações de forma quase imperceptível,
produzindo ações que geram desconforto social.
Some-se a isso a dificuldade natural do homem de reconhecer
que os seus valores individuais não convém para o convívio social. O homem,
enquanto ser social, deve procurar prezar pelo convívio harmônico, contudo,
mesmo sendo racional, muitas vezes é levado pelas suas paixões e crenças sem
perceber, agindo de forma a complicar a convivência.
Conclui-se, portanto, que o convívio social perfeito
dependeria da reinvenção individual de cada homem. Porem, a perfeição social não
seria benéfica, pois não há motivos para refletir uma sociedade perfeita. O juízo
de valores e os outros “defeitos” do homem são armadilhas que impulsionam o
desenvolvimento da humanidade. A reflexão provocada pelo conflito é saudável, à
medida que permite um entendimento cada vez mais amplo das dinâmicas sociais. Como
diria Clarice Lispector: “Até cortar
os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que
sustenta nosso edifício inteiro”.
Paulo H. R. Oliveira – Direito Diurno
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