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domingo, 8 de setembro de 2013

Juízo de Valor: uma armadilha

     Max Weber é um dos mais considerados pensadores quando se trata da compreensão da sociologia. Pensador por excelência apresenta uma visão acerca da relação do juízo de valor com a realização da ação que ajuda a compreender posturas inesperadas na sociedade dos anos 2000, dita moderna e liberal.

         Weber nos esclarece que o juízo de valor é o ponto de partida da ação. E esse é o ponto crucial das complicações que as ações, até mesmo as mais racionais, podem gerar no meio. Afinal, os valores são absorvidos de forma quase involuntária pelos indivíduos e depois de aspirados são muito difíceis de serem mudados. Dessa forma, valores preconceituosos, racistas e excludentes, quando absorvidos são expressos em ações de forma quase imperceptível, produzindo ações que geram desconforto social.

         Some-se a isso a dificuldade natural do homem de reconhecer que os seus valores individuais não convém para o convívio social. O homem, enquanto ser social, deve procurar prezar pelo convívio harmônico, contudo, mesmo sendo racional, muitas vezes é levado pelas suas paixões e crenças sem perceber, agindo de forma a complicar a convivência.

         Conclui-se, portanto, que o convívio social perfeito dependeria da reinvenção individual de cada homem. Porem, a perfeição social não seria benéfica, pois não há motivos para refletir uma sociedade perfeita. O juízo de valores e os outros “defeitos” do homem são armadilhas que impulsionam o desenvolvimento da humanidade. A reflexão provocada pelo conflito é saudável, à medida que permite um entendimento cada vez mais amplo das dinâmicas sociais. Como diria Clarice Lispector: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”.


Paulo H. R. Oliveira – Direito Diurno

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