O mundo pré-moderno, antes
do surgimento do capitalismo ou mesmo das correntes filosóficas iluministas, estava
mergulhado em um mar transbordando dogmas religiosos e tradições que determinavam
as condutas da sociedade e dos indivíduos. Nesse sentido, representava um mundo
encantado; um mundo encantado com os fenômenos naturais, um mundo encantado com
as coincidências mais banais.
Contudo, com a revolução tecnológico-científica
e com a propagação do capitalismo, esse mundo encantado passou a atribuir aos
acontecimentos diários uma nova origem. A religiosidade deu lugar à
racionalidade e ao conhecimento científico. O que antes era conferido à vontade
divina passou a ter uma explicação racional. Os trovões e relâmpagos, por
exemplo, deixaram de ser a manifestação da “ira de Deus” e deram lugar a um
fenômeno natural. Assim, de acordo com Max Weber, consolidou-se o
desencantamento do mundo.
Do mesmo modo que uma
mágica que é revelada transforma-se em apenas um truque, um mundo sem suas
crenças não tem sentido em si mesmo. Visto que o progresso irrefreável da ciência
continua a explicar mesmo os fenômenos naturais até então inexplicáveis, a
religião perde sua função de dar um sentido maior, seja ou mundo, seja à vida.
Seguindo tal raciocínio,
seria necessário um “reencantamento” do mundo para curar o ceticismo exacerbado
presente na sociedade contemporânea?
Ana Clara Tristão - 1º ano Direito diurno
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