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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Análise de julgado a partir de Boaventura de Sousa Santos

 

Matheus Gabriel Braia, ex-aluno de medicina da UNIFRAN, teve ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, este que alegou que o ex-aluno promoveu por meio de seus discursos, em um trote da universidade, ideias machistas e misóginas que realizam apologia ao estupro. Entre as falas de Matheus é possível expor: ´´E prometo usar, manipular e abusar de todas as dentistas e facefianas que tiver oportunidade, sem nunca ligar no dia seguinte”.

Apenas pior que as falas do ex-aluno é a sentença atribuída pela juíza responsável pelo caso, que absolveu Matheus das acusações e legitimou mais uma vez que a sociedade atual não se baseia na equidade e coloca a justiça em posição duvidosa.

Ao analisar os estudos de Boaventura de Sousa Santos, expostos no livro ´´Para uma revolução democrática da justiça´´ e associar ao caso citado, a necessidade da mudança da justiça se explicita.

Boaventura manifesta o quão essencial é a democratização da justiça, partindo da própria estruturação de um ensino jurídico que vise formar não apenas operadores do direito, mas cientistas do direito, a fim de aumentar a qualidade de análise dos processos atuais, fazendo com que assim ocorra a expansão do acesso à justiça.

A questão da democratização da justiça pode ser abordada em várias faces, como, por exemplo, levando em consideração o caso de Matheus, que abrange um tópico mais relacionado à equidade de gênero e a diminuição das desigualdades. Porém, Boaventura dá abertura para a discussão de um direito que foge do convencional, daquilo que já foi, por sua vez, enraizado em sociedade.

A partir do citado, o autor se posiciona em busca de um direito expandido à sociedade, ou seja, que esta tenha acesso ao conhecimento jurídico, fazendo com que pudesse ocorrer a revolução democrática da justiça de forma nítida.

Portanto, a essencialidade de um autor como Boaventura de Sousa Santos se explicita em sua defesa pela democracia aplicada a área jurídica, esta que necessita, assim como todo o país, de novas perspectivas que sejam mais humanas e contra hegemônicas.

Isabella Anjos - 2° Semestre – Direito Diurno

 

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