De acordo com Sara Araújo, para se entender a sociedade mundial contemporânea e a relação entre ela, é necessário estabelecer uma linha abissal que divide o mundo em dois, sendo esses o norte e o sul. Não devem ser entendidos como pólos geográficos apenas, mas também como uma relação de expressões que representam o combate ao hegemônico.
Essa divisão estabelece uma invisibilidade ao “sul”, sendo este visto como selvagem, atrasado em relação ao norte, enquanto este assume um papel de colonizador, proveniente de todo o direito e razão nessa perspectiva. Pode-se estabelecer um paralelo com a sociologia de Comte, na qual defendia que a sociedade tinha apenas um único caminho a percorrer para evoluir, assim dando abertura para a injustiça cometida com “o povo do sul”.
Trazendo esse conceito para a atualidade, tem-se o processo 1020336-41.2019.8.26.0196, na qual um aluno da unifran foi acusado de incitar o estupro após um trote universitário. Nesse caso, a juíza acaba por contestar as vitimas, condenando o movimento feminista e relativizando os seus direitos. Assim, pode-se ver mais uma vez o “sul” sendo invisível, sendo que o norte, a estrutura machista, se sobrepõe a isso.
Desse modo, vê-se que as minorias, sendo essas as que mais precisam de uma justiça íntegra, são as que mais sofrem, não recebendo o aporte jurídico necessário, como no caso do processo supracitado. o mecanismo jurídico atual faz com que perpetue-se o favorecimento do povo do norte, assim relativizando atitudes imorais, muitas vezes até inumanas. Portanto, é evidente a necessidade de combate a essa estrutura, tendo o intuito de alcançar-se uma maior igualdade.
Bruno Occaso Belizario Vieira- 2° Semestre Diurno
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