Uma análise
compreensiva de uma país difícil de se entender
Olhar a ciência social como uma
crítica da realidade, da sociedade e não em relação aos fenômenos que as regem.
Essa é a lógica Weberiana, explicar o sentido e o efeito de certa ação social,
e não por que tal fenômeno acontece ou explicar sua origem. A partir dessa forma
de interpretação, fica claro que a visão de Max Weber já difere bastante de
todos os outros sociólogos anteriores a ele. Para Weber, a compreensão dos
valores é algo essencial para a formulação da metodologia sociológica e o ser,
o indivíduo deve ser o foco central de estudo.
A partir dessas observações
sobre Weber, trazendo a análise para uma ótica nacional, brasileira, da nossa
sociedade, a interpretação passa a ter um foco mais único e de extrema
complexidade. A diversidade brasileira é enorme e todos tem conhecimento disso
e sua cultura é gigante, diversa e ampla. Segundo Jessé Souza, que destaca o famoso
“jeitinho brasileiro”, isso está implantado na sociedade e torna a cultura
fechada, vem da origem do povo e permanece na sociedade até hoje e é um ponto a
ser discutido.
A transgressão das normas,
arrumar um jeito de burlar as regras, leis e qualquer tipo de ordem na
sociedade, seja ele o mais simples, é algo brasileiro. Desde os primórdios, as
regalias e os favorecimentos sociais sempre deram vantagens e privilégios as classes
dominantes. O topo da pirâmide social sempre conseguiu burlar as regras e isso
é visto até hoje, a sensação de impunidade e de que o “crime” compensa é algo implantado
na sociedade.
Portanto, é notável que na
análise brasileira, a sociedade é completamente influenciada por essa dinâmica do
“jeitinho brasileiro” desde os primórdios. A contaminação com esse mal que está
presente na sociedade é uma transmissão incialmente governamental, que desde a
colônia já era notável pelo o povo. O governo nunca obedeceu às regras, dessa forma,
as classes sociais ligadas ao governo de forma direta, também foram contaminas
por esse mal, passando a arrumar um modo de burlar o sistema. Assim, nada mais
comum que cada dia que passava, as classes sociais inferiores adquiriam esse
costume de que se os outros podem, eu também posso descumprir essa regra,
transgredir essa norma e viver assim. O jeitinho brasileiro é cultural, é algo
que não é possível ser retirado da cultura e teremos que lidar com ele. Afinal,
a questão é muito mais histórica e hereditária do que apenas um problema social
atual.
Thales Berrocal Garcia- 1º semestre Noturno.
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