O Brasil é um país difícil de se compreender, e essa compreensão perpassa por instituições presentes desde a colonização (concepção) do Brasil. Entre essas estão o patrimonialismo e o patriarcalismo, que sofrem uma reprodução histórica até hoje e moldam outras instituições como o Estado, a escola e a justiça. Assim, para realizarmos uma interpretação compreensiva desse país difícil de se compreender, é necessário nos apropriarmos da conceituação de Weber e aplicar essa metodologia à realidade brasileira.
Um fenômeno sociológico recente, que pode ser analisado por esse ``olhar weberiano´´, é a manifestação de 7 de Setembro de 2021 que levou ás ruas, uma parcela da população que se diz patriota e conservadora. Essa cultura patrimonialista e patriarcal, mencionada acima, está presente desde a formação da colônia e é impermeável à estrutura. A cultura referida não é separada das instituições ``mergulhadas´´ no capitalismo e, por isso, instituições nucleares como o mercado e a escravidão moldam a cultura presente na justiça e no Estado Brasileiro, por exemplo.
Valores e ideias vinculadas em relações de produção (estrutura econômica) vão engendrando e moldando a ação social e esta é dado sentido por esses valores difundidos. Dessa forma, é possível compreender que os valores presentes na manifestação de 7 de setembro, que teoricamente representa a independência (nascimento) do Brasil, é de fato representante dos valores fundadores desse país. Entre eles, o patriarcalismo, esse ``conservadorismo social´´, o sebastianismo (salvador da pátria, no caso Bolsonaro) e o ``liberalismo econômico´´ que decorre da influência do mercado.
Podemos compreender, portanto, que o grito de independência dado pelos manifestantes, representam realmente os valores e ideais da cultura do Brasil, que são reproduzidos até hoje como o ``jeitinho brasileiro´´, e outros supracitados como o cenário patriarcal, escravocrata (racismo) e patrimonialista.
Vitor Gheralde, 1 ano, Direito matutino.
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