Cada indivíduo é um universo em expansão, pensando, agindo, recebendo ou dando, cada
pessoa é por si um agente modificador do meio. Uma das maiores questões de diversas áreas
do conhecimento é; porque as pessoas fazem o que fazem? E algumas decisões tomadas por
indivíduos em posição de destaque são difíceis de se compreender. que diabos se passa na
mente de um presidente da república que nega a vacina? Ou qual motivo leva um parlamentar
de escala federal a achar que colocar altas taxas no refrigerante vai fazer da nação um país
melhor?
Se tentar compreender um único individuo já é complexo, agora pense em compreender um
aglomerado de centenas de milhões de pessoas, vivas, mortas (talvez até as que vão nascer)
que compõem um país tropical, com dimensões continentais, que além de tudo ainda é um
Frankenstein ideológico. O nosso monstro de Frankenstein, essa colcha de retalhos chamada
Brasil é demasiadamente difícil de se entender. “o brasil não é para principiantes” disse Tom
Jobim, o maior musico da maior república de bananas da América. Desde a “elite” até a mais
carente favela, nada aparenta fazer sentido. Historicamente nossa elite sempre foi mesquinha,
podendo se dizer que até 1930 a nossa “elite” estava próximo do que se pode chamar de um
“partido feudal”. O grupo mais poderoso em termos econômicos nunca se preocupou em dar
rumos a pátria, no século XIX escolheram continuar no modelo escravista ruralista, do que
entrar de vez no capitalismo industrial, até mesmo quando as industrias apareceram, a classe
num geral permaneceu retrograda, mesquinha, rastaquera. O pior de tudo, até a ideologia da
elite, que é uma mera importação e retalhos de várias outras ideologias também é atrasada,
alguns membros da classe A brasileira se dizem liberais, mas o dito liberalismo dessa classe é
apenas fazer acordo para mamar no governo.
A classe mais poderosa do Brasil, a classe política, essa eu diria que é a mais problemática é
essencialmente peculiar. dentro do debate brasileiro, enganasse quem pensa que o vencedor
dos duelos é direita ou esquerda ou liberais vs socialistas. O grande nome da política
brasileira é um fenômeno típico das republicas de bananas, chamado centrão. Esse grupo
bizarro, que reúne desde Ciro Nogueira até a família Collor e família Sarney é a grande
colcha de retalhos que atrasa o brasil, tal grupo canceroso se colocar como o paladino da
verdade e moral, acima da moral liberal ou socialista. “nem esquerda nem direita, pelo
Brasil” é um dos grandes lemas dessa casta que tem como objetivo continuar se perpetuando
no poder. O dito centrão é a grande ponte entre a elite rastaquera e a massa de manobra que
são a maioria dos 210 milhões de brasileiros. A casta política enganar a população e faz
acordos com os membros da elite para continuarem a apoiar os grandes esquemas que
mantém o monstro carimbado com as palavras “ordem e progresso” caminhando.
A população que no geral é tosca, essencialmente uma população bovina, que ou muge para
um pseudo conservador que irá libertar o país das garras do fantasma comunista ou segue a
manada quando um político com ideias bonitas e fala mansa vocifera que irá resolver os
problemas dos pobres ao livrar a nação do chicote capitalista. A massa brasileira não aprende
com erros, continua a fazer preces a um redentor sebastianista que de salvador não tem nada.
Os diversos sebastiões brasileiros, tem perfis parecidos, geralmente é um típico caudilho
latino ou um populista retrogrado que mal sabe ler. Enquanto as massas não se desprenderem
do centrão nunca vão entender que o verdadeiro agente promovedor de bem estar são eles
mesmos, não um estamento burocrático ou uma elite semi feudal.
A causa de todas essas escolhas feitas pelos grupos brasileiros pode variar com o tempo,
entretanto considero que um fator predominante presente em muitos momentos históricos e
atuais é o fator que as classes no geral sempre tiveram medo das responsabilidades. Tanto a
elite quanto o povo no geral sempre foram muito estagnados, com medo de colocar a mão na
massa, seja a elite que sempre foi medrosa em se ariscar e na maioria das vezes preferem
mantem seu egoísmo a operar mudanças na sociedade. Seja a população medrosa de ter de
pedir a responsabilidade para si, considera que é mais vantajoso colocar as decisões nas mãos
de burocratas que operam o corpo estatal, os políticos ou interessados na política perceberam
o discurso perfeito. Fazer um populismo barato para prometer sonhos de melhoras para o
povo e prometer estabilidade para a elite do atraso. Essa conjuntura das classes brasileiras
forma esse Frankenstein, que não sabe para onde ir, não tem forma definida, quer ser tudo,
mas na realidade não é nada. Weber teria que se esforçar muito para entender um país no qual
o povo levanta em pleno feriado nacional para ovacionar um chefe de estado que de nada
opera para aumentar a virtude do seu povo.
*João Vitor Pereira de Oliveira- direito diurno
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