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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

O monstro de Frankenstein tupiniquim

 Cada indivíduo é um universo em expansão, pensando, agindo, recebendo ou dando, cada

pessoa é por si um agente modificador do meio. Uma das maiores questões de diversas áreas

do conhecimento é; porque as pessoas fazem o que fazem? E algumas decisões tomadas por

indivíduos em posição de destaque são difíceis de se compreender. que diabos se passa na

mente de um presidente da república que nega a vacina? Ou qual motivo leva um parlamentar

de escala federal a achar que colocar altas taxas no refrigerante vai fazer da nação um país

melhor?

Se tentar compreender um único individuo já é complexo, agora pense em compreender um

aglomerado de centenas de milhões de pessoas, vivas, mortas (talvez até as que vão nascer)

que compõem um país tropical, com dimensões continentais, que além de tudo ainda é um

Frankenstein ideológico. O nosso monstro de Frankenstein, essa colcha de retalhos chamada

Brasil é demasiadamente difícil de se entender. “o brasil não é para principiantes” disse Tom

Jobim, o maior musico da maior república de bananas da América. Desde a “elite” até a mais

carente favela, nada aparenta fazer sentido. Historicamente nossa elite sempre foi mesquinha,

podendo se dizer que até 1930 a nossa “elite” estava próximo do que se pode chamar de um

“partido feudal”. O grupo mais poderoso em termos econômicos nunca se preocupou em dar

rumos a pátria, no século XIX escolheram continuar no modelo escravista ruralista, do que

entrar de vez no capitalismo industrial, até mesmo quando as industrias apareceram, a classe

num geral permaneceu retrograda, mesquinha, rastaquera. O pior de tudo, até a ideologia da

elite, que é uma mera importação e retalhos de várias outras ideologias também é atrasada,

alguns membros da classe A brasileira se dizem liberais, mas o dito liberalismo dessa classe é

apenas fazer acordo para mamar no governo.

A classe mais poderosa do Brasil, a classe política, essa eu diria que é a mais problemática é

essencialmente peculiar. dentro do debate brasileiro, enganasse quem pensa que o vencedor

dos duelos é direita ou esquerda ou liberais vs socialistas. O grande nome da política

brasileira é um fenômeno típico das republicas de bananas, chamado centrão. Esse grupo

bizarro, que reúne desde Ciro Nogueira até a família Collor e família Sarney é a grande

colcha de retalhos que atrasa o brasil, tal grupo canceroso se colocar como o paladino da

verdade e moral, acima da moral liberal ou socialista. “nem esquerda nem direita, pelo

Brasil” é um dos grandes lemas dessa casta que tem como objetivo continuar se perpetuando

no poder. O dito centrão é a grande ponte entre a elite rastaquera e a massa de manobra que

são a maioria dos 210 milhões de brasileiros. A casta política enganar a população e faz


acordos com os membros da elite para continuarem a apoiar os grandes esquemas que

mantém o monstro carimbado com as palavras “ordem e progresso” caminhando.

A população que no geral é tosca, essencialmente uma população bovina, que ou muge para

um pseudo conservador que irá libertar o país das garras do fantasma comunista ou segue a

manada quando um político com ideias bonitas e fala mansa vocifera que irá resolver os

problemas dos pobres ao livrar a nação do chicote capitalista. A massa brasileira não aprende

com erros, continua a fazer preces a um redentor sebastianista que de salvador não tem nada.

Os diversos sebastiões brasileiros, tem perfis parecidos, geralmente é um típico caudilho

latino ou um populista retrogrado que mal sabe ler. Enquanto as massas não se desprenderem

do centrão nunca vão entender que o verdadeiro agente promovedor de bem estar são eles

mesmos, não um estamento burocrático ou uma elite semi feudal.

A causa de todas essas escolhas feitas pelos grupos brasileiros pode variar com o tempo,

entretanto considero que um fator predominante presente em muitos momentos históricos e

atuais é o fator que as classes no geral sempre tiveram medo das responsabilidades. Tanto a

elite quanto o povo no geral sempre foram muito estagnados, com medo de colocar a mão na

massa, seja a elite que sempre foi medrosa em se ariscar e na maioria das vezes preferem

mantem seu egoísmo a operar mudanças na sociedade. Seja a população medrosa de ter de

pedir a responsabilidade para si, considera que é mais vantajoso colocar as decisões nas mãos

de burocratas que operam o corpo estatal, os políticos ou interessados na política perceberam

o discurso perfeito. Fazer um populismo barato para prometer sonhos de melhoras para o

povo e prometer estabilidade para a elite do atraso. Essa conjuntura das classes brasileiras

forma esse Frankenstein, que não sabe para onde ir, não tem forma definida, quer ser tudo,

mas na realidade não é nada. Weber teria que se esforçar muito para entender um país no qual

o povo levanta em pleno feriado nacional para ovacionar um chefe de estado que de nada

opera para aumentar a virtude do seu povo.

*João Vitor Pereira de Oliveira- direito diurno

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