É incontestável a realidade brasileira de enfrentar diariamente questões sociais e, consequentemente, políticas e ligadas diretamente à economia. Porém, o método de enfrentar essas ações ainda é pouco discutido, já que na tentativa de solucionar ou criar questões que melhorem esses aspectos, o estado em que a nação se encontra é de completa debilitação. Há quem coloque a culpa no “jeito brasileiro” de lidar com questões tão sérias, entretanto, se faz necessária uma reflexão acerca desse termo a fim de desenredar o porquê dessa patranha. Patranha essa que culpabiliza as relações entre as classes menores, que enfrentam subitamente as consequências provenientes disso, e isentam as classes maiores, que lucram e continuam detendo o poder em cima desse assolo.
Primeiramente, o modo como o capitalismo age na sociedade atual determina vigorosamente os meios de induzimento do mercado e do Estado, influindo diretamente na ação social. Condizente a isso, criado pelo intelectual Max Weber (1864-1920), o termo ação social se refere às atitudes que denotam aspectos da cultura que cercam os indivíduos. Logo, esse pensamento desenvolve várias temáticas relevantes no ponto de vista cultural e um bom exemplo disso é o “jeitinho brasileiro”.
Consoante o sociólogo Jessé José Freire de Sousa, em sua obra “A ralé brasileira: quem é e como vive”, esse “jeitinho brasileiro” é usado para tanger comportamentos duvidosos ou atalhos usados pelas pessoas para conseguir determinado objetivo. Todavia, ao consentir sentenças como “o problema do Brasil é o Brasileiro”, o meio social justifica tal ato como cultural e assume isso como característica plena da nação. Portanto, volvendo à essência, há um domínio das instituições (mercado e Estado) em relação a cultura que roga fundamentalmente as ações dos indivíduos. Ou seja, conceder uma particularidade ao próprio sujeito repercute de forma imprecisa, já que as condutas são criadas pelo sistema vigente e seus fragmentos.
Por conseguinte, analisando essas condutas, sabe-se que todas elas são conferidas perante os princípios da classe dominante que detém o controle. Princípios esses pautados na ideologia e na fantasia que manipula e cega a classe dominada a fim de conceber uma falsa esperança, fundamentada basicamente na ideia do “trabalho árduo” pelo discurso da meritocracia. Com isso, essa burguesia, além conseguir controlar o domínio do Estado, consegue continuar lucrando para o mercado.
Em conclusão, toda essa mazela, que se apoia nesse discurso repulsivo, não passa de um processo que manipula hierarquicamente, começando pelo mercado para com o Estado e desse para com a sociedade, através de diversos meios, podendo se citar como exemplos o próprio Direito e a Política. Entretanto, é de suma importância homologar que essa estrutura de manipulação é totalmente dissimulada pelas classes que dominam, assumindo uma postura de cortina de fumaça que no fim escancara os culpados pelos problemas do Brasil apenas os desfavorecidos e sua respectiva cultura.
Vinícius Estevan Branquinho | Direito - Noturno 1º Semestre
Nenhum comentário:
Postar um comentário