Desde 2016, sabemos das várias manifestações políticas que se materializam nas ruas, em que pessoas almejam algo, lutam por esse algo e exigem-no dos governantes eleitos que, em tese, deveriam representar os anseios da maioria a qual lhes confiou o poder. Sabemos dessas manifestações e, por vezes, participamos delas. O que nos leva a isso?
Ao analisarmos tal questão sob o olhar daqueles que prezam a sociedade sobre o indivíduo, tal como Durkheim, afirmaríamos que a ação individual surge da coerção social.
Se, no entanto, analisarmos essa questão sob o olhar daqueles que, como Weber, preza o caráter individual sobre a sociedade, identificaríamos a ação social como um fruto do próprio indivíduo: “[o indivíduo] pondera e escolhe, entre os possíveis valores em questão, aqueles que estão de acordo com sua própria consciência e sua cosmovisão pessoal”. Assim, por causa das várias informações e notícias que chegam até nós, formamos uma opinião, um juízo de valor, baseado em nossa cultura e formação intelectual (política, histórica, sociológica, filosófica e antropológica) e, então, tal juízo de valor nos conduzirá à nossa ação social.
Tal ação, que pode nos guiar às ruas em prol de algo que defendemos e que, de acordo com as nossas opiniões, deve ser garantido, pode ser de quatro naturezas: racional,com relação a um objetivo; racional com relação a um valor; afetiva ou emocional (esta é a típica ação do fanatismo político e da total defesa de um certo grupo político); tradicional (a ação dos patriotas, por exemplo, encaixa-se nessa classificação).
Assim, cada um movido por sua ação social, a qual é, primeiramente, individual, mesmo que esteja focada em um ideal coletivo, vão às ruas para defender algo.
Já em momentos que o olhar coletivo da massa popular não resume toda a imensa engrenagem organizacional dessa sociedade, afinal o indivíduo é muito mais que um coletivo, que uma classe ou que uma relação entre opressores e oprimidos. A sociedade agora é uma construção íntima, interligada e repleta de peculiaridades, que outros não foram capazes de notar.
Contudo, não é possível esquecer as relações sociais como determinantes diretos da constituição do aparato social, pois são estas que permitem a mutação dos sentidos e motivações dos atos, ao ponto que sempre constituem o novo e arrastam a história para novos caminhos. Mesmo sob o pensar racional, agora não só com a preocupação de lutar pelos meios de produção, mas pelo contrário, entendê-lo e positiva-lo, a fim de se alcançar a possibilidade de se realizar o dever ser.
Pedro Henrique Barreiros Hivizi - 1° semestre - Noturno
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