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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Quem te programou?

                                                                            

 

“A programação existe pra manter você na frente 
Na frente da TV, que é pra te entreter 
Que pra você não ver que programado é você”  

 Gabriel Pensador (Até quando?)


Até que ponto somos condicionados pela sociedade? Quando eu era criança gostava muito da cor rosa e certo dia fui vestir uma camisa dessa cor que eu ganhei de um amigo, fiquei muito feliz, mas minha mãe não. Minha mãe, aos berros disse: “tira essa camisa de mulher moleque!”, eu sem entender sua indignação respondi instintivamente: “quem disse para a senhora que é de mulher?” Ela respondeu: “desde que me conheço por gente, a cor rosa sempre foi para mulher. Vê-se nitidamente que o comportamento da minha mão foi condicionado pela sociedade da sua época. Segundo o pensamento de José Souza, não tem como separar a “cultura” das “instituições” e das práticas sociais que lhe correspondem e para Weber a cultura molda os valores dos indivíduos, expressão da sua teoria de ação social. No caso peculiar brasileiro, nossa cultura é muito diversificada, reflexo de muitas influências e o pensamento conservador não é salutar para um país com essas características. O cristianismo moldou, por muito tempo, meu modo de pensar e agir, no entanto, o conhecimento me fez um rebelde institucional, isso é cultural? Até que ponto o mercado, Estado, religião moldam os indivíduos? 

A força do capitalismo consiste no fato de que ele captura os nossos desejos e nos faz desejar o que o sistema quer que desejemos, agimos pensado que somos livres, mas na verdade estamos sendo controlados e manipulados pelas técnicas cada vez mais sofisticadas do mercado. Hoje, até mesmo a cultura está sendo sutilmente ditada pelo mercado, através da Indústria Culturalpartido do pensamento weberiano de que a cultura molda os princípios morais e éticos dos indivíduos, influenciando o modo como enxergamos e a maneira de nos relacionarmos com os nossos semelhantes, então o ser humano está sendo fabricado para atender as demandas de mercado. 

A instituição “mor”, ou seja, o Estado, nesse sistema, é a expressão da classe dominante que busca perpetuar sua forma de dominação, infelizmente, são estes que nos condicionam.  José Souza disse que “[...] é a sociedade com suas instituições específicas, que cria os indivíduos como eles são, e não o contrário[...]”, O mercado competitivo capitalista e o Estado moderno centralizado [...]”. O pensamento de Karl Marx, Emile Durkheim e Weber me traz muitas indagações, não somente interpretações de uma realidade. Nascemos parte integrante de uma cultura nacional, que por sua vez, subdivide-se em culturas regionais e locais. Os atos a favor o Bolsonaro teve o peso dos movimentos evangélicos que molda princípios dos indivíduos e é conveniente para o sistema capitalista. Já os que compareceram nos atos contra o fascismo e a favor da vida e da democracia têm seus valores moldados pelo princípios libertários e “rebeldes”, nascidos em decorrência de um sistema ditatorial que promove uma necropolítica institucionalizada.  

Até que ponto somos condicionados pela sociedade? Até quando seremos influenciados pela realidade brasileira? Até quando uma cultura deletéria nos guiará? Ou não existem culturas deletérias? Depende do ponto de vista? O que me condiciona as indagações? Qual instituição me institucionalizou? Não entendi Weber? Afinal, “quem” ou “o quê” moldou os valores weberiano? Até que ponto somos condicionados pela sociedade, instituição, cultura? Até nos rebelarmos? Bom, a realidade brasileira é expressa no parágrafo de conclusão, que bom que o texto é livre, pois sou rebelde. Rebelde? 

 

 

“Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente 
A gente muda o mundo na mudança da mente 
E quando a mente muda a gente anda pra frente 
E quando a gente manda ninguém manda na gente” 

Gabriel Pensador (Até quando)

 

 

 

 

 

 

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