Fundador do Partido Comunista Revolucionário (PCR), Manoel Lisboa de Moura foi vítima da não isenção das instituições e da relação intrínseca entre cultura e estrutura econômica. Dado com morto no dia 4 de setembro de 1973, Manoel, na realidade, foi torturado ao longo de 2 meses sem que relatasse informação alguma aos agentes do DOI-CODI, pois acreditava em seus ideais e na continuação da luta do povo brasileiro em busca da libertação.
“A causa revolucionária gera nos seus militantes uma resistência que termina apenas com a morte. Devemos e podemos resistir a qualquer tortura”
Ao contrário do que muitos acham, a única interpretação compreensiva da realidade brasileira é a associada à luta de classes e à análise materialista do desenvolvimento dos meios de produção. A história nos mostrou e sempre mostrará o destino permanente que o capitalismo tende a nos levar. A ditadura militar não foi nada mais do que a instauração de um “Direito Supralegal” pela burguesia nacional em apoio às forças imperialistas, para a manutenção da dominação de uma classe pela outra.
É impossível fazer uma análise de conjuntura sem que entendamos os condicionantes pressupostos em nossa sociedade, e é nesse ponto que Max Weber destoa da realidade. Os verdadeiros heróis da ditadura como Manoel Lisboa, Emanuel Bezerra, Amaro Luiz, Selma Bandeira, Carlos Marighella e etc, não são reconhecidos, ou mesmo retratados pela grande mídia, por conta dessa ligação pré-estabelecida entre estrutura e superestrutura – presente na obra marxiana. Diante disso, um exemplo para ilustrar essa situação é a atribuição do termo “jeitinho brasileiro” a qualquer tipo de análise sociológica. Nesse caso, se faz ausente qualquer tipo de rigor científico, devido ao olhar exclusivo ao objeto de estudo.
Ademais, no tempo atual - em cenário de crise econômica, política e sanitária, período onde 60% da população brasileira passa por insegurança alimentar e mais de 15 milhões de pessoas estão desempregadas - a compreensão do país parece nebulosa devido ao caos generalizado. Entretanto, é fundamental que tenhamos em mente, um arcabouço teórico-prático dos ensinamentos aprendidos e pelas vivências pessoais, para tirar conclusões e atribuir certos culpados pela situação que nos encontramos. Por fim, lembremos uma passagem de Weber onde é dito que a transformação do mundo é papel da política, para nos encorajar a mudar o mundo através da “filosofia da ação” e para isso, é necessário que nos organizemos politicamente, assim como Manoel Lisboa de Moura.
Vinicius Ahmed de Oliveira Ramos Alvares - 1° semestre Diurno
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