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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Ação social da moral vira-lata bolsonarista.

     


    A imagem, que mostra o presidente da quarta maior democracia do mundo batendo continência para a bandeira de outro país, demonstra como o estigma de vira-lata do brasileiro se tornou um fato extremamente forte dentro de sua sociedade. O bolsonarismo, um tipo de ação social que vem crescendo no brasil desde o impeachment da Dilma, tem tornado o país um lugar caótico e dotado de ações e falas antidemocráticas, como também tem tirado o poderio do Brasil como nação soberana. Mas por que tal fato ocorre com tanta força e com tanto apoio social? O problema do Brasil, como aponta Jessé de Souza (2009), é pensar que o Brasileiro possui uma cultura vira-lata, uma cultura de não valorização do seu próprio país e de suas sociedades,  que pensa que deve seguir a estrutura de outros Estados (como no caso da imagem acima) para se tornar uma Nação poderosa. Mas é ai, segundo o mesmo autor, que o brasileiro erra, pois  "o que nos separa de nações mais avançadas não é o PIB econômico, como para o liberalismo economicista como o que nos domina, mas o fato de que aqui, entre nós, existem classes gigantescas sem qualquer acesso às vantagens de um PIB expressivo e sem qualquer acesso às possibilidades efetivas de competição econômica 'justa" (SOUZA, 2009, p.121), ou seja, o país possui características próprias, e acrescento, não só econômicas, mas também culturais,  fato que torna quase que impossível a transformação do Brasil em um novo EUA. 

    Tendo isso em vista, se percebe que as propostas do movimento bolsonarista, são quase que impossíveis de serem encaixadas aqui. E isso fica ainda mais claro quando se adentra ao movimento, pois se percebe que ele é formado (em sua grande maioria) por um padrão único de pessoas, homens brancos de meia idade, cristãos e pertencentes a classe média da sociedade, fato que exclui a grande maioria do povo brasileiro, que é formado por pardos e pretos que pertencem, na sua maioria, as classes mais baixas.  Esse plano socioeconômico do bolsonarismo, baseado nos EUA, nunca servira de fato para o Brasil, e longe de ser uma discussão de direita e esquerda, pois o erro dele é metódico, para se ter uma nação grande é preciso se desenvolver planos a partir de políticas públicas que compreendem o povo brasileiro e suas diversidades culturais, sociais e econômicas, o que o governo Bolsonaro está longe de fazer. Por outro lado, Jessé de Souza, que escreveu "A ralé brasileira" em 2009, mostra que o esquecimento e opressão dessas classes mais marginalizada acontece desde aquela época, sempre sendo tratada como caso de "polícia" e não de "política" (SOUZA, 2009, p.122),  ou seja, isso é uma ação social weberiana no Brasil a muito, antes mesmo dos movimentos que beiram o fascismo existir.

    Esse estigma de vira-lata brasileiro tende somente a prejudicar a Nação. Mesmo que tal seja formada por várias culturas e por várias realidades, é necessário se resolver os problemas sociais do Brasil a partir da própria realidade brasileira, e não seguindo uma ação que uma minoria  que crê que para resolver tais problemas se deve trazer estruturas de outras realidades sociais. Essa ação social, do "viralatismo" brasileiro, serve unicamente pra trazer discórdia e problemas ao país.

    Por conclusão, ainda pensando o bolsonarismo, se percebe que esse movimento quer obter o poder de controlar o país a partir de suas realidades (do homem branco, cristão, de meia idade e heterossexual) e podendo se concluir, através do pensamento weberiano, de uma forma ilegítima,  pois se parte do pressuposto que muitos não o aceitam como presidente, mas mesmo assim, o mesmo utiliza de meios coercitivos e violentos para tentar impor seus dogmas e cultura a todos.

  

 

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