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domingo, 20 de abril de 2014

Comte, da Sociologia ao Positivismo

Auguste Comte cresceu e viveu em uma época turbulenta. Seu país, a França, oscilava entre revoluções e o despotismo; as relações econômicas, sociais e de produção se modificavam à medida em que emergiam a técnica e as indústrias; até mesmo o próprio conhecimento abandonava o antigo cunho teológico e passava por uma racionalização. Foi dessa condição que Comte, perante um mundo desorganizado, iniciou seus trabalhos acerca de um método. Este tinha como objetivo a compreensão do homem e da natureza através de uma análise fragmentada e despida de influências sensoriais, o que deu origem aos estudos sobre o homem em uma esfera particular, consagrando o filósofo francês como o pai não somente da Sociologia, mas do Positivismo.
Nesse sentido, a Sociologia surgiu com a necessidade observada por Comte de se estudar o ser-humano e suas relações em sociedade de maneira científica, metódica e objetiva, assim como o era com as Ciências Naturais. Com isso, criou uma nova ciência, construida acerca de uma analogia entre a sociedade e um organismo vivo, como o corpo humano, na qual cada comunidade, ou até mesmo indivíduo, possui um papel crucial para um bom metabolismo. Ademais, o filósofo inovou, ainda, ao criar uma corrente sociológica, filosófica e até política, que apontava o conhecimento científico e a comprovação através do método como únicas formas válidas de conhecimento e prova. À esta corrente denominou Positivismo e à ela estavam subordinadas todas as ciências, inclusive a Sociologia. Tem, ainda, como características marcantes a recusa aos sentidos como forma de aprendizagem e, sobretudo, tem um cunho progressista e modernista condizentes com seu tempo.
A filosofia de Comte foi definitivamente um marco para seu tempo, influenciando inúmeros pensadores dos séculos XIX e XX. Consequentemente, a prioridade do cientificismo em detrimento das outras formas de entender o mundo definiu um novo sistema de ensino básico com enfoque nas ciências exatas e naturais, revisou os conceitos de legislação e religião e, ainda, justificou diversas ações etnocêntricas em nome da "evolução".

Sofia Andrade - Noturno

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