É
notório que Francis Bacon, em sua obra “Novum
Organum” explicita sua perspectiva a cerca do momento de curso da ciência
e, além disso, das necessidades desta para que ocorra maior desenvolvimento
científico.
Sendo
assim nota-se que o autor elucida o fato de não ser prudente deixar a mente
guiar-se por si mesma em busca de um resultado científico, afinal quando a
mente guia-se por si mesma esta adquire postura contemplativa, sendo a postura
em questão inadequada ao desenvolvimento que demanda a necessidade de
utilidade, ou seja, são necessárias as descobertas que sejam úteis para algo já
premeditado.
Além
da necessidade do útil, a mente contemplativa é dominada por idolatrias e
joguetes ideológicos que acabam por deturpar o bom desenvolvimento da ciência,
sendo assim, Francis Bacon propõe – como base de seu método – a cura da mente.
Para
que a mente fosse curada dos persistentes equívocos era necessário que se
abstraíssem as idolatrias, que o raciocínio não fosse guiado por si só, mas –
acima de tudo – se apoiasse na experimentação. Se assim ocorresse o desenvolver
científico, segundo Francis Bacon, este seria proveitoso.
Para
Bacon, era necessário que se usufruísse de um ceticismo intenso – Acatalepsia –
para que fosse posto em xeque o “conhecimento” advindo do senso comum e, a
partir da dúvida, as provas pela experimentação fundamentariam os conhecimentos
que teriam verdade em sua essência. Com a prova da verdade, haveria efemeridade
no ceticismo, que deixaria de persistir.
A Acatalepsia
efêmera seria derrubada pelo poder da mente munido da observação e posterior
interpretação da natureza, coisa que não existe em René Descartes, já que este
último prega apenas o uso único da razão.
Francis
Bacon explicita um modo diferenciado e, aparentemente, muito eficaz de
visualizar o mundo. Presume-se que tal método, utilizado com afinco, seja capaz
de atingir a verdade, todavia o pensamento de Bacon, para ser seguido, exige uma
capacidade de equilíbrio e uma eficácia de julgamento magistrais. Seria
possível atingi-las?
Lucas Oliveira Faria - Direito Noturno
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