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domingo, 17 de março de 2013

Utilitarismo versus alienação

              Inovação, avanço e contestação a verdades tidas como indestrutíveis:  eis alguns dos feitos de Francis Bacon, filósofo inglês fundador do método experimental. Em 1620, com a publicação de sua obra "Novum Organum" ele reivindicou a busca da verdade por meio do empirismo além da racionalidade. Contrapondo-se a Descartes, afirma que o racionalismo puro é meramente especulativo e apenas aproxima a verdade, para buscá-la é preciso investigar e observar, ou seja, utilizar a experimentação como condutor do raciocínio humano.         
 
  Bacon era utilitarista, por isso pregava o distanciamento de uma atividade meramente contemplativa, e defendia que o conhecimento deveria ser útil ao homem para o alcance do domínio da natureza.  Consequentemente, contestava formas de ciências transcendentais tais como a magia, alquimía e astrologia. Ademais, o filósofo criticava os gregos e sua filosofia tradicional, cuja sabedoria é “farta em palavras, mas estéril de obras”.

Francis Bacon assevera também sobre as barreiras ao conhecimento, o que chamou de ídolos. Estes, são as falsas percepções do mundo e mantem-se em quatro grupos, ídolos da tribo: distorções provocadas pela mente humana ; ídolos da caverna: influências das relações sociais (família, religião) ; ídolos da feira: interferências das relações comerciais ; ídolos do teatro: vinculados às representações teatralizadas carregadas de superstições (magina, astrologia).

Em sua ideologia, para se alcançar um resultado eficaz é insensato acreditar que eles poderão ser atingidos utilizando-se métodos já anteriormente praticados.  Analogamente, tal pensamento é aplicado em diversos enfermos vigentes: investimentos públicos que parecem ser utópicos e a corrupção exacerbada caracterizam alguns deles. Afinal, de nada adianta a sociedade proclamar erros e reclamações, se permanece votando inconsequentemente e por fim, reafirmando o comodismo atual.

Nota-se, pois, que o pensamento baconiano está inserido na contemporaneidade e seu ideal utilitarista pode ser utilizado para a busca de mais criticidade, mudança de hábitos alienantes, contestação e  não deturpação de valores pré existentes.
            

Daniela N. Corbi - Direito Noturno


 
                                       


 

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