Bacon era utilitarista, por isso pregava
o distanciamento de uma atividade meramente contemplativa, e defendia que o
conhecimento deveria ser útil ao homem para o alcance do domínio da
natureza. Consequentemente, contestava formas de ciências transcendentais
tais como a magia, alquimía e astrologia. Ademais, o filósofo criticava os
gregos e sua filosofia tradicional, cuja sabedoria é “farta em palavras, mas
estéril de obras”.
Francis Bacon assevera também sobre as barreiras ao conhecimento, o que
chamou de ídolos. Estes, são as falsas percepções do mundo e mantem-se em
quatro grupos, ídolos da tribo:
distorções provocadas pela mente humana ; ídolos da caverna: influências das
relações sociais (família, religião) ; ídolos da feira: interferências das
relações comerciais ; ídolos do teatro: vinculados às representações
teatralizadas carregadas de superstições (magina, astrologia).
Em sua ideologia, para se alcançar um resultado eficaz é insensato
acreditar que eles poderão ser atingidos utilizando-se métodos já anteriormente
praticados. Analogamente, tal pensamento
é aplicado em diversos enfermos vigentes: investimentos públicos que parecem
ser utópicos e a corrupção exacerbada caracterizam alguns deles. Afinal, de
nada adianta a sociedade proclamar erros e reclamações, se permanece votando inconsequentemente e por
fim, reafirmando o comodismo atual.
Nota-se, pois, que o pensamento baconiano está inserido na
contemporaneidade e seu ideal utilitarista pode ser utilizado para a busca de
mais criticidade, mudança de hábitos alienantes, contestação e não deturpação de valores pré existentes.
Daniela N. Corbi - Direito Noturno
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