A moderna ideia racionalista de ciência, tal como pensada no século XVII, supõe uma total dominação do homem sobre a natureza. Até então, o homem era visto como parte submissa ao todo do planeta; a partir de tal concepção estritamente racionalista, o conhecimento científico coloca o homem no topo dessa hierarquia.
É possível encontrar essa ideia nos escritos do filósofo inglês Francis Bacon. "Saber é poder", afirma ele, e a descoberta científica deve se pautar na "interpretação da natureza", para que se alcance vitória sobre ela. Trata-se da própria orientação ideológica da Revolução Industrial, que ocorreu no século seguinte, e de seus desdobramentos subsequentes, tendo influência até hoje.
No entanto, esse pensamento se baseia nos pressupostos de que é possível ter absoluto controle sobre a natureza e de que os recursos naturais são inesgotáveis. Por muito tempo, foi isso o que se pensou, até que as próprias descobertas científicas apontaram o contrário. O homem que queria impôr total controle sobre a natureza viu-se limitado pela esgotabilidade do petróleo, as restrições de disponibilidade de água potável, o agravamento do aquecimento global, entre outros.
Faz-se necessário repensar modernamente esses conceitos. É preciso deixar de se posicionar como superior ao resto da natureza, e colocar-se em igualdade aos demais elementos do planeta. Só assim, com a ideia de "desenvolvimento sustentável", é possível continuar a avançar a ciência.
Luíza Scarabuci de Almeida, direito diurno
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