Em meio ao mundo tomado pelos costumes e pensamentos burgueses do século XVII, surge a teoria de Francis Bacon a fim de, por meio da experiência e do racionalismo, superar a dita "ciência contemplativa", altamente difundida nesse contexto histórico.
Opondo-se ao que ele chamava de mero "labor da mente" - ato de refletir constantemente a respeito de inúmeras questões sem, contudo, chegar a uma conclusão relevante do ponto de vista social -, Bacon defendia que a verdadeira filosofia, capaz de transformar a condição humana, era baseada puramente na interpretação da natureza, realizada por meio da exploração e experimentação constantes.
Era evidente para o filósofo o fato de que a fantasia, juntamente com as paixões, eram a base para a formação do senso comum e, consequentemente, da antecipação da mente. Tais fatores diminuíam potencialmente a capacidade humana de aproximar-se do real e, logo, dos métodos corretos de reflexão, capazes de chegar a explicações plausíveis acerca dos fenômenos da natureza.
Tendo em vista as guerras e disputas de cunho religioso, frequentes atualmente, pode-se realizar uma interpretação a respeito segundo a filosofia de Bacon: o fanatismo gerado, principalmente, pela divergência de interpretações "fantásticas" sobre o mundo, entre determinados povos, bem como a fé posta como prioridade, sem qualquer ligação com a racionalidade e o bom senso, geram não só alienação e distorção das ideias, mas também desordem, inconsequência e caos.
- Iara da Silva, Direito Noturno
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