A ideia de que é impossível atingir algum conhecimento útil apenas com o labor da mente tornou-se base para a maneira de se fazer ciência na era moderna. Seu enunciador, Francis Bacon, acreditava que descobertas verdadeiramente úteis só acontecem quando a racionalidade humana, que não raro é enganada por o que ele chama de ídolos, submete-se, a um sistemático empirismo.
Para o idealizador dessa teoria, os tipos de métodos podem ser classificados em antecipação da mente e interpretação da natureza. Somente o segundo grupo, entretanto, é que qualifica a ciência como inovadora. Isso, porque previsões não são capazes de estabelecer qualquer espécie de conhecimento contribuinte ao progresso. As interpretações, por outro lado, sistematizam as experiências, o que gera, não um saber especulativo, mas um saber criativo.
Esse fazer ciência inventivamente pressupõe que se estabeleça um rigoroso sistema de observações. Assim, deve-se orientá-las por meio de técnicas e de tecnologias, a fim de se evitar interferências advindas da incompretência da mente e dos sentidos (ídolos da tribo). Além disso, é fundamental que as influências da formação (ídolos da caverna), das relações sociais e políticas (ídolos do foro). e das superstições (ídolos do teatro) do pesquisador sejam afastadas.
A sociedade moderna aderiu, como Bacon preconizava, a ciência útil na exploração da natureza, acreditando que essa seria a única maneira de compreendê-la, de interpretá-la e de subjugá-la. De fato, isso propulsionou o desenvolvimento tecnocientífico. Não obstante, poucos séculos depois da enunciação da proposta em questão, entra em voga a ideia de que os recursos naturais são finitos e de que a sobrevivência humana é dependende deles.
Pedro Caíque L. do Nascimento - Direito diurno
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