Em seu livro Novum Organum, Bacon defende uma a criação de uma ciência moderna em que a busca pelo
conhecimento (estudo dos fenômenos naturais) seja feita de forma clara e objetiva com resultados concretos, baseados na experimentação.
Desse modo busca-se alcançar a cura da mente dos homens, que se encontra obstruída por
falsas percepções, causada pelos “ídolos” (denominação dada pelo próprio filósofo):
que são distorções originadas na própria mente humana, tanto universal quanto
individual (baseada na formação do indivíduo), e por influências externas, nas
relações com outros indivíduos e na disseminação de doutrinas supersticiosas. Essas
distorções obstruem a verdade e se torna um obstáculo à ciência verdadeira, representação
do mundo que simboliza a real intenção de Deus para os homens.
A
ciência contemporânea, extremamente desenvolvida, tem ligação clara com a doutrina
de Bacon na questão da amplificação e evolução do conhecimento inteiramente baseado
na racionalidade e em resultados concretos. Ciência tal que, no mundo do
capitalismo financeiro, se torna mais um produto comercial, com exportação e
importação de informação científica no âmbito medico, tecnológico, mecânico e
muitos outros.
Mas a visão religiosa de Bacon se
afasta da atual pesquisa científica, em que muitas vezes, há total rompimento
da religião e da razão. O que antes era visto como “intenção divina”, hoje é
visto apenas como mais um feito da natureza em si, que com a interferência
humana buscando cada vez mais conhecê-la, mostra a diversidade de conhecimentos
que ela possui. Assim, o pensamento teológico relacionado à ciência na época do
filósofo se transforma, atualmente, em um pensamento ateísta.
Micaela Amorim Ferreira - Direito diurno
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