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domingo, 17 de março de 2013

O Método e a Justa Medida de Bacon

O filósofo inglês Francis Bacon em seu “Novum Organum” buscou criar um novo método filosófico pautado no utilitarismo na luta contra a natureza, em resposta a filosofia sofista e não palpável cujo principal representante e alvo de diversas críticas durante a obra – Aristóteles – é retomado no próprio título da obra quando Bacon parodia a obra aristotélica “Organum”, explicitando a proposta motivadora da obra. Pode-se inferir de sua obra que o intelecto humano é uma “estrutura” com natural tendência ao errôneo, ao abstrato, sendo facilmente influenciada pela predileção e muito inflexível quanto suas convicções, sendo difícil, pois, a eliminação dos ídolos natos (ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos do foro) e inatos (ídolos do teatro) ao ser humano. O segundo tipo de ídolo, os inatos, explicita que além da dificuldade natural da mente humana de assentir a verdade, ela é ainda bombardeada por falsas filosofias que segundo Bacon se agrupam em três correntes, cujo maior erro se dá na ausência de uma real comprovação de seus postulados por experiências não vulgares: a sofística, a empírica e a supersticiosa. Mas mesmo criticando algumas características de certos métodos anteriores ao seu, Bacon considera importante a não renegação completa dos conhecimentos de determinada época, seja a passada ou a atual, ressaltando a importância de considerar tanto o correto dos antigos como os acertos dos modernos, alcançando uma “justa medida”, em uma possível alusão a justa medida aristotélica, filósofo explicitamente criticado durante a obra. E sobre seu próprio método, foco principal do livro, tece a declaração de que ele seria “tão fácil de ser apresentado quanto difícil de se aplicar”. O método, cuja apresentação é verdadeiramente de fácil apresentação, baseia-se em uma única e principal ideia: a “cura da mente”. Tal cura se daria pela regulação da mente por mecanismos, rejeitando o que Bacon denominou de “labor da mente”, um processo natural e espontâneo da mente, que configura o “pensar por pensar”. Já a aplicação de tal método encontraria sua dificuldade na já relatada condição do intelecto humano, entretanto, felizmente, essa condição foi em partes superada e Bacon, junto com René Descartes criaram a concepção de ciência moderna que assim como postulado pelo filósofo não ignora os conhecimentos dos antigos e nem desconsidera os acertos atuais. 

Suzana Satomi Shimada - 1º ano Direito Diurno

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