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segunda-feira, 10 de abril de 2023

A renovação da consciência coletiva.

 

            Émile Durkheim por meio do seu funcionalismo teceu com objetividade o conceito de Fato Social, que consiste em toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior. Ou seja, é fato social tudo aquilo que obriga os indivíduos a se adaptarem às regras da sociedade onde vivem. Por meio da metodologia sociológica, Durkheim propõe também o conceito de Consciência Coletiva, que é definido como uma reunião das características e conhecimentos comuns à uma sociedade, por meio dos quais as pessoas pensam e agem de forma similar e que são transmitidos de geração em geração através da socialização.

          Nesse sentido, para Durkheim a consciência coletiva é influenciada por diversos segmentos presente em uma sociedade, como a religião, a moral, a tradição, a educação, etc. Essa consciência se mostra mais forte em sociedades mais conservadoras e tradicionais, nas quais a divergência de pensamentos é menor e, mais fraca em sociedade modernas, porque nessas a diversidade de valores, crenças e questionamentos é muito mais ampla. Além disso, em sociedades onde a mídia possui mais liberdade, também se observa um certo enfraquecimento dessa consciência coletiva, pois ela pode transmitir ideais que são compartilhados por membros de outras sociedades, o que acaba por influenciar os indivíduos de diversos locais.

            Em contexto semelhante de análise social, a escritora Grada Kilomba em seu livro “Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano” discorre sobre o racismo e a dificuldade do negro em ser ouvido e validado, principalmente no âmbito da ciência, já que as estruturas de validação do conhecimento são controladas por acadêmicos brancos. Grada também demonstra que pessoas negras experenciam uma realidade completamente diferente das brancas e, portanto, a questionam e a interpretam de maneira diferente. Assim, seria possível dizer que os indivíduos negros desenvolvem sua própria consciência coletiva, pois é impossível se dissociar das experiências que o racismo traz para suas vidas.

            Portanto, mesmo que Émile Durkheim e Grada Kilomba estejam inseridos em contextos e épocas completamente diferentes, ambos contribuem para uma compreensão mais complexa acerca da sociedade e da cultura que estão presentes na subjetividade humana. Ambos analisam, de certo modo, consciência coletiva presente nas sociedades, cada um respeitando seu foco de análise.


TEMA 3: A CONSCIÊNCIA COLETIVA DE CADA DIA.

Sarah Kulchar Tvardovskas 

1° Ano - Direito (Noturno)

RA: 231224257

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