O sociólogo Émile
Durkheim, conhecido como o pai da sociologia, formulou a teoria conhecida como “Teoria
dos fatos sociais”, na qual o autor afirma que deve-se entender primeiramente fatos
gerais para que se possa explicar questões individuais. Assim, o conceito de fato social se consolida sendo leis que regem a sociedade
em sua maneira de se portar, pensar e viver. Tais fatos são maiores que o
individual dos cidadãos e , por isso, formam o que o sociólogo diz ser a
consciência coletiva, formada por aspectos que determinado coletivo de pessoas
compartilha, como pensamentos e valores. O que na teoria, deveria ser algo
benéfico para manter a ordem, por exemplo.
A autora portuguesa, de
descendência angolana, Grada Kilomba descreve em seu livro “Memórias da
Plantação: episódios de racismo cotidiano”, acontecimentos racistas presenciados por
pessoas negras no dia-a-dia, além disso, a escritora faz um questionamento a
seus leitores: “quem pode falar?”, mas não no sentido de quem realmente está
autorizado a falar, mas quem de fato vai ser ouvido e reconhecido por isso. Dessa
maneira, pode-se entender que o comportamento racista de parte da sociedade é
devido a sua errônea consciência coletiva compartilhada.
Assim, quando acontecem casos
como o de Vini Jr, jogador de futebol brasileiro que joga no time europeu Real
Madrid, que foi hostilizado e chamado de “macaco” por suas comemorações nos
jogos, pode-se dizer que as pessoas que o agrediram verbalmente agiram em nome
de uma certa consciência coletiva, no caso, a da supremacia branca, a que
somente reconhece pessoas brancas em lugares de destaque. Dessa forma,
conclui-se que a consciência coletiva pode ser um entrave para o progresso
intelectual da sociedade, visto que no século XXI, atitudes como esta não são
mais aceitas, tanto moralmente como legalmente, já que o pensamento da
sociedade se transformou ao longo do tempo.
Com isso, conclui-se que
a consciência coletiva deve juntamente com a sociedade atualizar-se,
adaptando-se a diversas situações que antigamente eram vistas com outros olhos
e portar-se de uma maneira menos funcionalista e mais humanística.
Fernanda Oliveira de Sousa
1º ano de direito (noturno)
RA: 231224478
ResponderExcluir