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segunda-feira, 10 de abril de 2023

A consciência coletiva de cada dia

 

O sociólogo Émile Durkheim, conhecido como o pai da sociologia, formulou a teoria conhecida como “Teoria dos fatos sociais”, na qual o autor afirma que deve-se entender primeiramente fatos gerais para que se possa explicar questões individuais. Assim, o conceito de fato social  se consolida sendo leis que regem a sociedade em sua maneira de se portar, pensar e viver. Tais fatos são maiores que o individual dos cidadãos e , por isso, formam o que o sociólogo diz ser a consciência coletiva, formada por aspectos que determinado coletivo de pessoas compartilha, como pensamentos e valores. O que na teoria, deveria ser algo benéfico para manter a ordem, por exemplo.

A autora portuguesa, de descendência angolana, Grada Kilomba descreve em seu livro “Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano”,  acontecimentos racistas presenciados por pessoas negras no dia-a-dia, além disso, a escritora faz um questionamento a seus leitores: “quem pode falar?”, mas não no sentido de quem realmente está autorizado a falar, mas quem de fato vai ser ouvido e reconhecido por isso. Dessa maneira, pode-se entender que o comportamento racista de parte da sociedade é devido a sua errônea consciência coletiva compartilhada.

Assim, quando acontecem casos como o de Vini Jr, jogador de futebol brasileiro que joga no time europeu Real Madrid, que foi hostilizado e chamado de “macaco” por suas comemorações nos jogos, pode-se dizer que as pessoas que o agrediram verbalmente agiram em nome de uma certa consciência coletiva, no caso, a da supremacia branca, a que somente reconhece pessoas brancas em lugares de destaque. Dessa forma, conclui-se que a consciência coletiva pode ser um entrave para o progresso intelectual da sociedade, visto que no século XXI, atitudes como esta não são mais aceitas, tanto moralmente como legalmente, já que o pensamento da sociedade se transformou ao longo do tempo.

Com isso, conclui-se que a consciência coletiva deve juntamente com a sociedade atualizar-se, adaptando-se a diversas situações que antigamente eram vistas com outros olhos e portar-se de uma maneira menos funcionalista e mais humanística.



Fernanda Oliveira de Sousa

1º ano de direito (noturno)

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