Émile Durkheim definiu o funcionamento da sociedade como organismo independente e o conceito de consciência coletiva, que é um conjunto de crenças e sentimentos comuns aos membros de uma sociedade, que existe a fim de criar identidade e semelhança aos cidadãos para perpetuar a coesão social. Essa consciência coletiva é mantida por instituições que ensinam conceitos comuns e o internalizam nas pessoas, por meio da educação, nas escolas, por exemplo. Dessa maneira, são estabelecidos padrões comportamentais nos indivíduos. Se esses forem violados, tem-se os crimes e as devidas punições.
Assim, o sistema carcerário e suas problemáticas são estabelecidos. A questão é que, dentro do encarceramento, as pessoas sobrevivem em condições precárias de higiene, alimentação e segurança, extremamente vulneráveis. Acontece, ademais, um processo de desumanização dessas pessoas, suas personalidades, individualidades, histórias são completamente ignoradas e viram apenas números para o sistema. Isso pode ser explicado também por Durkheim, uma vez que classifica a dinâmica crime e punição puramente como uma estratégia social utilizada apenas para perpetuação da moral e para servir como exemplo para as pessoas que não estão inseridas nas prisões, para não perturbarem a ordem social, já que teriam como consequência anos de reclusão. Portanto, aqueles que estão encarcerados não são verdadeiramente uma preocupação aos órgãos institucionais, a sua reinserção social e bem-estar durante o processo de punição não são atribuídos como elementos de importância para a sociedade, a relevância está em perpetuar a consciência coletiva e sua moral, apenas pelo visual de fora.
Desse modo, a negligência quanto ao sistema carcerário e as pessoas inseridas nele, a falta de reflexão e busca quanto aos acontecimentos internos perpetuam essa dinâmica e contribuem ainda mais para dar continuidade aos princípios e para a ordem social, ou seja, para a consciência coletiva.
RA: 231222645
Giovana Novaski Ducia - 1 ano direito noturno
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